São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Jamelli imita 'açucareiro'

DA REPORTAGEM LOCAL

Jamelli imita'açucareiro'
O meia Paulo Roberto Jamelli Júnior, camisa 10 do time de juniores do São Paulo, aperfeiçoou um método que aprendeu no ano passado para manter a marcação dos adversários à distância. Quando está sem a bola e marcado pelo zagueiro, Jamelli põe as mãos na cintura e estica os cotovelos para os lados e para trás, como se quisesse imitar as asas de um açucareiro.
O jogador aprendeu a agir assim num coletivo dos profissionais, em 1993. Numa cobrança de escanteio contra o time reserva, ele foi marcar o meia Toninho Cerezo. Quando se aproximou, Cerezo fez a pose de "açucareiro", surpreendendo o júnior. "Perguntei por que tinha feito isso e ele me respondeu que era justamente para me manter afastado", lembra Jamelli. Desde então, segundo ele, tem usado o que aprendeu com o mais experiente jogador dos profissionais do clube.
O expediente impede que o marcador encoste no atacante e funciona da seguinte maneira: se o marcador se aproxima no atacante, ele fica preso no meio de seus braços e sujeito aos dribles de corpo que este fizer. Se recuar para ficar livre da armadilha, deixa seu adversário à vontade para dominar a bola e girar o corpo para dar uma arrancada.
A vantagem desse método sobre outros que também tentam manter o adversário à distância é que ele não infringe nenhuma regra do futebol. "Tem jogadores que esticam o braço e seguram o marcador com a mão, mas o juiz pode dar falta", afirma o jogador. A desvantagem é que é muito difícil usá-lo quando se está com a bola.
No segundo tempo da goleada sobre o Internacional, Jamelli repetiu o gesto várias vezes para se livrar do volante Luiz Fernando, que demonstrou não saber como superar o problema. No primeiro tempo, em que o São Paulo jogou com maior velocidade, o jogador quase não teve oportunidade para usar o seu truque.

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