São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Pouca ética marca governo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A carreira e a Presidência de Bill Clinton estão coalhados de incidentes que se não podem ser classificados de corrupção se caracterizam pelo menos pelo pequeno compromisso ético que denotam.
Clinton escapou de servir o Exército durante a Guerra do Vietnã graças a artifícios, admite ter fumado maconha na juventude, mas até hoje diz que não tragava, uma mulher que diz ter sido sua amante afirma ter ganho um emprego público em Arkansas e depois ter sido demitida de modo injusto, integrantes de sua guarda pessoal denunciam terem sido usados para acobertar seus encontros extraconjugais, ele próprio reconhece algumas irregularidades em suas declarações de renda, como governador ele favoreceu os negócios de empresários que contribuíram para suas campanhas.
Na Presidência, Clinton indicou para cargos de primeiro e segundo escalões 27 pessoas que não pagavam a Previdência Social de seus empregados domésticos, seu secretário de Comércio é acusado de ter recebido US$ 700 mil do governo do Vietnã, os responsáveis pelo escritório de turismo da Casa Branca foram demitidos por corrupção e depois readmitidos, dois de seus assessores deixaram o governo para serem lobistas, há suspeitas de superfaturamento na reforma da decoração da sua residência oficial, ele aceitou contribuições de empresários para construir uma pista de jogging na Casa Branca que excederam em muito o custo das obras e ainda paralisou o trânsito no aeroporto de Los Angeles durante três horas para ter seu cabelo cortado a bordo do avião presidencial. (CELS)

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