São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Suicídio de amigo é mistério

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um dos episódios que o promotor especial do caso Whitewater vai ter que esclarecer é o suicídio de Vincent Foster, amigo e assessor do presidente Clinton. Ele se matou na tarde de 20 de julho de 1993 com um tiro na boca em um parque perto de Washington.
Sabe-se agora que Foster trabalhava com documentos da Whitewater nas vésperas da sua morte. Ele havia sido o advogado que representara o casal Clinton na venda, em dezembro de 1992, dos 50% das ações da empresa para o outro sócio, James McDougal, por simbólicos US$ 1.000.
Também foi Foster quem, durante a campanha presidencial de 1992, contratou, a mando de Clinton, o escritório de contabilidade Patten & McCarthy, que preparou um relatório usado pelo então candidato como prova de que ele e Hillary tinham perdido U$ 68.900 na Whitewater. A Patten & McCarthy agora diz que não pode garantir os resultados de seu estudo porque não teve acesso a todos os documentos da empresa.
Declarações de imposto de renda do casal Clinton, muitas com erros já admitidos pelo presidente, eram preparadas por Foster desde meados da década de 80. Em nenhuma aparece qualquer referência ao suposto prejuízo.
Horas após o suicídio de Foster, antes que a polícia tivesse tido acesso a seu escritório na Casa Branca, três assessores do presidente retiraram de lá várias pastas com documentos da Whitewater. Só em dezembro a Casa Branca reconheceu esse episódio. Depois de intimado pela justiça, Clinton concordou em entregar os papéis.
Clinton e Foster conversaram por 20 minutos na véspera da sua morte. O presidente disse não ter recebido qualquer indicação que prenunciasse o suicídio.(CELS)

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