São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994 |
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Filho de chefe da PM é baleado
DA FOLHA VALE Filho de comandante da PM é baleado em frente de casa em SPA Polícia Civil de Ubatuba instaurou inquérito para apurar a tentativa de homicídio contra Gilberto de Carvalho Júnior, 21, aluno da Academia Barro Branco e filho do comandante da Polícia Militar do Vale do Paraíba e Litoral Norte, coronel Gilberto Carvalho. Carvalho Júnior foi atingido na madrugada de sábado por dois tiros de pistola 635, em frente à sua casa na cidade do litoral norte de São Paulo. Segundo a versão dada à polícia pela mãe de Carvalho Júnior, Isis Fortes Carvalho, os tiros foram dados pelo vizinho, após uma discussão por causa do barulho feito em frente à casa. Os tiros atingiram a perna esquerda e a virilha. Gilberto foi transferido de helicóptero no sábado para o Hospital Militar de São Paulo. Ele não passou por cirurgia e poderá ter alta amanhã, dependendo da avaliação médica que será realizada hoje, segundo a direção do hospital. Uma das balas permanece alojada em sua virilha, disseram os médicos. O delegado Wuppslander Ferreira Neto, 28, afirma que a tentativa de homicídio aconteceu por volta de 1h do sábado na rua Pires Nobre, região central de Ubatuba. Segundo ele, Carvalho Júnior tentava impedir que o amigo Fernando Marçon Guimarães, 19, saísse com sua moto. O barulho da aceleração da moto e a conversa dos colegas na casa teriam irritado José Alberto Pinto Ribeiro, 42, vizinho de Gilberto –que nega a autoria dos disparos e não foi localizado pela reportagem da Folha ontem. Pelo relato da mãe, Ribeiro teria ido até os rapazes para reclamar do barulho. Houve uma discussão e o vizinho sacou uma pistola da cintura; os rapazes saíram correndo, mas Gilberto foi atingido pelas costas –sempre segundo o depoimento de Isis à polícia. Vizinho nega Ribeiro foi levado meia hora depois do incidente à Delegacia de Polícia Civil de Ubatuba, pelo policial militar Marcos Paulo Nascimento, 29. Ele não foi preso porque negou ter atirado nos rapazes e por não haver provas, disse o delegado. A Polícia Militar encontrou no local apenas uma cápsula da pistola. Isis Carvalho diz que o vizinho estava irritado porque teria que trabalhar cedo no dia seguinte. O vizinho de Carvalho Júnior é gerente do posto de gasolina Litoral Norte, em Itaguá. O delegado Ferreira Neto afirmou ainda que os disparos podem ter sido feitos entre os rapazes. Como Carvalho Júnior está hospitalizado sua versão ainda não foi dada à polícia. O delegado disse que deve ouvir Carvalho quando ele deixar o hospital. Ferreira deverá também ouvir outras duas testemunhas de Ribeiro, antes de encaminhar o inquérito à Justiça. Ele tem 30 dias para concluir o inquérito. As testemunhas de Gilberto disseram ontem, na polícia, que Ribeiro disparou os tiros. O delegado não descarta a possibilidade de vir a indiciar José Alberto Pinto Ribeiro. Ferreira Neto afirmou que ainda não tem pistas de onde está a arma usada no crime. Próximo Texto: Arma do crime está desaparecida Índice |
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