São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994
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Morgan compra capital votante do Mappin

DA REPORTAGEM LOCAL

A J.P. Morgan International Capital comprou 10,06% das ações ordinárias (com direito a voto) da Casa Anglo Brasileira, controladora do Mappin. As ações pertenciam à Sinhá Agropastoril, de São Paulo.
O negócio foi concluído na semana passada e custou entre US$ 7 milhões e US$ 8 milhões à subsidiária do J.P. Morgan & Co. (holding do banco Morgan, norte-americano). A Morgan não confirmou o valor da operação. A empresa também comprou 10% das ações preferenciais (sem voto) diretamente da Casa Anglo, ao preço de US$ 6,4 milhões.
Com a compra de ações ordinárias, a empresa se torna sócia da Actisa, holding que controla o Mappin (com 51% do capital), ao lado do Bradesco (com outros 10% das ações votantes). O restante do capital se encontra pulverizado entre vários outros investidores. A compra deu à Morgan o direito de indicar um dos nove membros do Conselho de Administração da Casa Anglo. Conforme a Folha apurou, é Eduardo Gentil, "manager director" da J.P. Morgan no Brasil.
Carlos Antonio Rocca, presidente da Casa Anglo, disse ontem que o dinheiro da venda de ações preferenciais deve ser usado na redução do passivo (dívidas) da Casa Anglo, que no final de setembro de 1993 somava US$ 59,3 milhões. O balanço de 93 ainda não estão disponíveis.
A venda de ações dá continuidade ao processo de reestruturação do Mappin, iniciado em novembro de 1992. De lá para cá, a Casa Anglo reduziu o prejuízo financeiro de US$ 33,4 milhões nos nove primeiros meses de 1992 para US$ 3,8 milhões no mesmo período de 93. A previsão de Rocca é de que o balanço de 1993 (previsto para março) apresente equilíbrio.
O Mappin Loja de Departamentos faturou no ano passado US$ 480 milhões –resultado 33% superior ao de 1992. Rocca disse que a Financiadora Mappin (crédito direto ao consumidor) emprestou em 1993 em torno de US$ 120 milhões. O crescimento em dólar sobre o ano anterior é de 40%.

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