São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994 |
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Cidade está preparada
ANA MARIA BAHIANA
Ao contrário de San Francisco, Los Angeles tem poucos edifícios antigos –um prédio "histórico" tem, em média, apenas 70 anos. E, devido a rigorosas leis municipais, 95% das construções têm estruturas resistentes a terremotos –ou seja, flexíveis, capazes de balançar e não cair. Nos andares mais altos, praticamente todos os móveis são fixos no chão. Janelas são de vidro especialmente resistente e não é possível abri-las –seria fácil uma pessoa cair durante um terremoto. Um dos maiores prédios da cidade tem suas fundações assentadas sobre uma enorme esfera de aço, de modo que possa balançar mais ou menos livremente. O nível de dano causado ontem às freeways, contudo, indica que –conforme vários grupos de especialistas têm apontado– está mais do que na hora de rever e renovar o sistema viário da cidade. O aeroporto de Van Nuys ficou isolado durante várias horas ontem porque um viaduto na ligação da Antelope Valley Freeway com a Golden State Freeway (a Intestate 5), no vale Simi, desabou, matando um policial. Em Northridge, um estacionamento elevado também não resistiu. Um operário –identificado apenas pelo primeiro nome, Salvador– foi resgatado dos escombros apenas depois de oito horas de esforço dos voluntários. Somando ao preparo da cidade, Los Angeles tem a seu favor um esquema de socorro maciço, capaz de ser acionado em minutos –como já foi demonstrado durante os incêndios ocorridos entre novembro e dezembro do ano passado. E a própria população sabe o que fazer –desde os tempos dos índios chumash (que creditavam os terremotos aos movimentos da "tartaruga celeste"), os angelenos aprenderam a conviver com os tremores de terra sem pânico. (AMB) Texto Anterior: Terremoto deixa 21 mortos em Los Angeles Próximo Texto: Equipes de resgate usam cães Índice |
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