São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 1994
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Atraso previsível

Encerrou-se ontem no Uruguai o quinto encontro de cúpula do Mercosul, com pouca novidade a acrescentar às reuniões anteriores. As divergências existentes não foram superadas e, em linhas gerais, o acordo vai seguindo o calendário original.
Os pontos mais importantes do Mercosul são a eliminação de tarifas de importação entre os países membros e criação de uma Tarifa Externa Comum (TEC) para importações de terceiros, previstas para janeiro de 95 em relação à maioria dos produtos.
É precisamente sobre a TEC que paira a maior parte dos problemas. Divergências, basicamente entre Brasil e Argentina, devem levar a um adiamento da adoção da tarifa comum para alguns setores isolados, como os bens de capital e a informática.
Adiamentos em setores isolados são normais. O mais importante é que o calendário preestabelecido continua, em sua maior parte, sendo seguido. Afinal, os blocos econômicos são cada vez mais uma realidade nos dias de hoje. Notícias no campo da liberalização comercial surgem a cada dia –como as relativas ao Gatt, à Uniãoia e ao Nafta.
Por outro lado, os problemas que vêm surgindo também devem ser relativizados –basta lembrar que os primeiros acordos que resultaram na União Européia são do início da década de 50, portanto têm mais de 40 anos. O Nafta, que começou a vigorar este ano, prevê um prazo de 15 anos para a eliminação das tarifas de importação dos países membros. Diante desses fatos, não deve causar estranheza que alguns pontos do Mercosul estejam pendentes ou sejam adiados.
O Mercosul está longe de representar um acordo com a importância do Nafta ou da União Européia, mas é o que sobrou ao país. O seu sucesso é portanto o melhor que se pode esperar.

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