São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994 |
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Quasares põem em dúvida idade do cosmos
MARCELO LEITE
A descoberta foi feita pela equipe de Gary Hill, do Observatório McDonald da Universidade do Texas em Austin (capital desse Estado no sul dos EUA). Ao estudar a luz emitida pelos quasares Q0014 + 813 e Q0636 + 680, eles detectaram uma quantidade relativa do metal ferro (em comparação com a de hidrogênio) inesperada, várias vezes maior do que a observada na Via Láctea, a galáxia do Sistema Solar. No começo do Universo, "logo" após a explosão primordial conhecida como Big Bang, predominavam elementos químicos mais leves, como hidrogênio e hélio. Os mais pesados, como carbono, oxigênio e ferro, teriam sido produzidos somente na fornalha nuclear das estrelas. Algumas delas, depois de envelhecer, explodem e espalham amostras desses elementos pelo espaço. Isso é o que dizem os modelos hoje aceitos, mas, como acontece com frequência no mundo da pesquisa, as medições feitas nos dois quasares não combinam com eles. Simplificando um cálculo para lá de complexo, os 700 milhões de anos que o Universo tinha quando esses objetos estranhos produziam a luz hoje observada são um prazo muito curto para tão intensa formação de estrelas, capaz de explicar todo aquele ferro. "É uma pesquisa muito interessante, que vai gerar uma série de outros trabalhos", afirma Zulema Abraham, do departamento de astronomia do Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Mas para ela isso não chegou a ser uma surpresa, porque hoje em dia surgem muitas novidades nesse campo. Texto Anterior: Muda regra dos fundos Próximo Texto: Saiba o que são quasares Índice |
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