São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994
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Empresas devem reagir à medida

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma guerra entre entidades médicas e empresas de medicina de grupo está marcada para começar nesta segunda-feira, 24, quando entra em vigor a resolução 1401 do Conselho Federal de Medicina (CFM). A resolução obriga as empresas a atenderem todos os tipos de doenças. Não-oficialmente, várias empresas já sinalizaram que não pretendem cumprir a medida e que entrarão na Justiça.
"Estamos esperando uma reação negativa daquelas empresas que só pensam no lucro. Vai ser uma guerra na Justiça", disse Mario da Costa Cardoso Filho, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB).
Nenhum representante das empresas de medicina de grupo compareceu ontem a um debate sobre o tema marcado pela AMB. Dois presidentes de entidades tinham confirmado presença. "A falta deles revela uma má-disposição", disse Cardoso Filho.
O presidente do CFM, Ivan de Moura Fé, disse que grandes empresas como a Golden Cross e a cooperativa Unimed reconheceram o "caráter social" da medida, mas estão preocupadas com o aumento dos custos.
A assessoria de imprensa da Abramge –Associação Brasileira de Medicina de Grupo– disse que seu departamento jurídico está estudando o problema. A Abramge representa 170 empresas que reúnem cerca de 10 milhões de conveniados no país.
Moura Fé disse que o prazo de segunda-feira para que a resolucão entre em vigor não será alterado.
As entidades médicas estão orientando os conveniados para que primeiro consultem as empresas sobre medidas que adotarão a partir de segunda. Só então poderão entrar na Justiça ou recorrer ao Procon (tel.1512). Segundo Mariângela Sarrubbo, assistente de direção do Procon, o órgão encaminhará as reclamações ao Conselho Regional de Medicina e, numa segunda fase, poderá ajuizar ações coletivas contra as empresas. Só no ano passado, 4.891 procuraram o Procon para reclamar dos convênios de saúde.

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