São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994 |
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Filhos querem exumar cadáver de Nelson
EDNA DANTAS; MARCELO MIGLIACCIO
O caso está na 8.ª Vara de Família do Rio desde novembro de 92, quando Maria Lúcia Rodrigues Muller, Sonia Maria Rodrigues Motta e Paulo César Santos Rodrigues, entraram na Justiça para provar que são filhos da relação extraconjugal mantida por Nelson com Yolanda Camejo dos Santos, entre os anos de 1952 e 1958. De posse de um exame de DNA feito no Núcleo de Genética Médica de Minas Gerais, que os atesta como filhos verdadeiros, os três buscam reconhecimento legal. "Não aceitamos esse exame e queremos a exumação para um novo teste com um fragmento de osso do Nelson. Isso tudo tem que ser acompanhado por um perito", diz Danilo dos Santos. Ele contesta ainda as certidões de nascimento dos três postulantes, que teriam sido falsificadas por Yolanda num cartório de Barueri (27 quilômetros a oeste de São Paulo). "O Nelson não ia nem ao Méier, quem dirá a Barueri", afirma. Nelson casou-se com Elza Bretanha Rodrigues em 1940. Teve com ela dois filhos e separou-se em 1961 para viver com Lúcia Cruz Lima. Com Lúcia, teve sua terceira filha reconhecida, a excepcional Daniela Rodrigues, a quem o dramaturgo destinou em testamento 25% de seu espólio (avaliado em US$ 400 mil, ou CR$ 148 milhões). A relação com Yolanda e seus três filhos, ao contrário, nunca foi assumida de fato por Nelson frente a Jofre, Nelsinho e Elza. "Somos filhos da paixão e não do frio leito conjugal", diz Sônia, 38. Segundo ela, Nelson pagou religiosamente uma mesada aos três filhos bastardos durante 11 anos (de 1966 a 1977). Três anos antes de sua morte, ocorrida no final de 80, o dramaturgo voltou a viver com Elza Bretanha Rodrigues, mãe de Jofre e Nelsinho, reatando seu primeiro casamento depois de 15 anos de separação. Texto Anterior: Laranjeira; Jiló; Pilão; Minueto Próximo Texto: Herdeiros reivindicam legado intelectual Índice |
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