São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994 |
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Projeto para economia não é socialista
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O secretário de Relações Internacionais do partido, Marco Aurélio Garcia, é o coordenador do programa. O Diretório Nacional vai se manifestar sobre temas básicos e encaminhar os documentos para discussão dentro e fora do PT. No final do abril, um encontro nacional do partido aprovará a versão final. O programa diz que o combate à inflação é prioritário, mas não detalha planos de estabilização. "Primeiro, porque isso dependerá do nível de inflação no momento da posse, em 1995, e segundo, porque não se deve antecipar certas medidas", explica Marco Aurélio Garcia. Já o projeto de retomada do crescimento será detalhado. Salários A idéia é estimular um "mercado interno de massas". Para isso, se prevê de um lado uma política de recuperação de salários e, de outro, o estímulo à produção de bens de consumo popular. A recuperação forçada de salários só pode ser feita mediante lei que, por exemplo, determine ganhos reais nos dissídios e pela elevação do salário mínimo, o que empurra as faixas acima. O estímulo à produção pode ser feito mediante incentivos e créditos. Considera-se indispensável casar aumento de renda com mais produção. Como Marco Aurélio Garcia, muitos dirigentes petistas estiveram asilados no Chile no período do governo Salvador Allende (1971/73), quando os ganhos de renda, sem crescimento da produção, causaram inflação e desabastecimento. Garcia recusa comparações com o caso chileno, pois "o governo Allende era manifestadamente socialista". Texto Anterior: Advogado de "Zezé" nega motivo político Próximo Texto: Estudo desfaz enigma do parasitismo sexual Índice |
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