São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994
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Collor viaja para Cuba

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Amanhã, enquanto o deputado Ibsen Pinheiro –ex-presidente da Câmara quando se decidiu afastar Fernando Collor da presidência da República– estiver começando uma corrida para evitar sua cassação, Collor estará embarcando para Cuba, em férias.
Um dia após Ibsen ter seu nome incluído na lista dos parlamentares virtualmente cassados, o ex-presidente Fernando Collor de Mello viaja com sua mulher, a ex-primeira-dama Rosane Collor. De Cuba deverá ir a Paris e, depois, para o balneário de Cap Ferrat, também na França, local frequentado por socialites de todo o mundo.
Serão trinta dias de férias. Durante esses mesmos trinta dias, Ibsen Pinheiro tentará provar à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que não teve qualquer envolvimento com o escândalo do Orçamento.
Em Cuba, Collor e Rosane serão convidados de Fidel Castro na Casa de Hospedes, na praia de Varadero. Não será a primeira vez que um Collor irá gozar da hospitalidade comunista. No ano passado, os filhos do ex-presidente estiveram em Cuba e passearam ao lado de Fidel. Até hoje, o dirigente cubano envia a Collor charutos –mas não mais personalizados, desde que Collor deixou a presidência da República.
Em Paris, o ex-presidente informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que irá se hospedar na Avenue Montaigne, nº 1. Em Cap Ferrat, na Vila de Bugas. Conforme um amigo de Collor, os dois endereços correpodem a imóveis de seu ex-sogro, o empresário Olavo Monteiro de Carvalho, do grupo Monteiro Aranha, pai da primeira mulher de Collor.
Collor e Rosane não pretendem ficar fora do país durante os trinta dias comunicados ontem ao Supremo. Não está acertada, sequer, a viagem à Europa. A princípio, a intenção é permanecer em Cuba por catorze dias. Depois, talvez, prosseguir para a Europa.
Mais de um ano depois de sua cassação pelo Senado, Collor não foi julgado em nehum dos dois processos iniciados contra ele no Judiciário. O STF deve entrar agora na fase final do processo em que Collor é acusado de corrupção passiva. A outra ação, por improbidade administrativa, está suspensa na Justiça Federal.

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