São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Ibsen pode perder cargo de promotor

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

e do enviado especial a Brasília
A eventual cassação do mandato do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) poderá determinar sua eliminação do Ministério Público gaúcho, do qual está licenciado desde que se tornou deputado. Se a hipótese for confirmada, Ibsen será destituído do cargo de promotor sem que jamais o tenha exercido.
O procurador-geral de Justiça, Sérgio Gilberto Porto, disse ontem que, se Ibsen for cassado sob o pretexto de ter cometido algum crime, o Ministério Público "tomará providências". Porto declarou que poderá ser movida contra Ibsen uma ação de destituição.
Dizendo não querer "tripudiar" sobre o ex-presidente da Câmara, o procurador-geral afirmou que o Ministério Público tem o dever de investigar Ibsen caso haja indício de prática criminosa cometida por ele. Ibsen ingressou no Ministério Público em 1982, quando se elegeu deputado. Como optou pela carreira política, se licenciou.
Ninguém atendeu ao interfone ontem no apartamento do deputado em Porto Alegre. Pela manhã, a rádio Gaúcha disse ter mantido um contato telefônico com a mulher de Ibsen, Laila. Ela teria informado que o marido não daria entrevista e nem acompanharia a sessão da CPI por rádio ou TV.
Ele não foi visto no Congresso, em Brasília e, aparentemente, não estava em sua casa na capital, nem na de Porto Alegre.
Em Porto Alegre, informava-se em seu telefone residencial que ele estava em Brasília. Na capital, era inútil tocar a campainha ou telefonar para seu apartamento na Superquadra Norte 302. O porteiro Willibald Rozycki dizia que o deputado tinha viajado. O carro do deputado estava na garagem.
Em seu gabinete do Anexo 4 da Câmara, a chefe de gabinete, Magda, disse que o último contato com Ibsen fora feito por volta das 19h do dia anterior.

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