São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994 |
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Magalhães faz treze citações
JOÃO BATISTA NATALI
Aristóteles, que viveu há 25 séculos, é o mais velho e mereceu duas citações. Do Renascimento e adjacências, o relator citou três autores e também incluiu dois homens de igreja, os padres Manuel Bernardes e Antônio Vieira. As relações entre a ética e a política são um tema bastante antigo e o anacronismo cometido pelo relator da CPI possui certa justificação. Da antiguidade, Magalhães lembrou Cícero –"a coisa pública é a coisa do povo"– e Tito Lívio que analisou a existência de corrupção em Roma. Considerações sobre corrupção mais recente surgiram na boca de Nicolau Maquiavel (século 16), em sua crítica aos príncipes que, ao serem pobres e desejarem viver como ricos, recorriam "a todas as rapinagens". Lonrenzo de Medici e o cardeal de Richelieu enveredaram por críticas e advertências parecidas e foram igualmente citados por Magalhães. A citação mais longa foi transcrita em epíteto. Trata-se de uma advertência ao Congresso, feita por Abraham Lincoln, o presidente norte-americano assassinado em 1865, que possui o seguinte trecho: "O julgamento a que seremos submetidos nos fará jazer em honra ou desonra até a última geração". Dia Magalhães acordou ontem com duas preocupações –justificar a retirada de última hora de quatro nomes que estavam na lista de cassação e mandar comprar pastilhas refrescantes para atenuar a irritação da garganta com a leitura do relatório. Após falar por telefone com três de seus quatro filhos, em Recife, e tomar café com a mulher, Jane, e com seu chefe de gabinete, Paulo Oliveira, Magalhães procurou rebater as críticas que recebeu por ter retirado da lista de cassação os nomes de quatro parlamentares. Texto Anterior: PT e PDT protestam contra relatório Próximo Texto: CPI sugere que investigação continue Índice |
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