São Paulo, segunda-feira, 24 de janeiro de 1994 |
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Prepare-se para torrar sua grana com a volta do velho Gil berto Gil ANDRÉ FORASTIERI
Primeiro Gilberto Gil: o homem, o mito. Não dá para perdoar os discos horrorosos que ele lançou nos 80/90, nem suas bobagens de político. O que você deve saber é que Gilberto Gil já fez muita coisa boa. Também é importante saber que Gil será ressucitado em 94. O projeto "vamos limpar a barra do Gil" começou com a colher de chá do "bro" Caetano Veloso em "Tropicália 2". Segue agora firme e forte e por todos os lados. Em primeiríssimo vem o "Gil Unplugged", gravado semana passada. Vai virar programa da MTV, disco e home vídeo, com lançamento internacional, promoção da pesada e tal. Quem viu babou, não vi, não posso recomendar. Mas certamente são notáveis os relançamentos de "Gil e Jorge" (hoje conhecido como Ben Jor), "Louvação" (de 67 e fora de catálogo há anos), "Gil Ao Vivo" (74), "Expresso 2000" (72) e "Gilberto Gil" (71), mais os clássicos "Refavela" e "Refazenda", mais os dois discos dos Doces Bárbaros. Tudo entre fevereiro e março. Com o respeito devido ao currículo de Gil, sou mais Raul Seixas. Em fevereiro deve ser completado o catálogo do maluco em laser. Se você ainda não é fã de Raul, sugiro começar por "Novo Aeon" e seguir daí. Também está pintando uma enxurrada de coletâneas. Duas são especialmente recomendáveis. Uma é a de Tom Petty, mestre do rock desencanado que por aqui nunca mereceu a atenção devida. Mas também tem uma do T-Rex que é uma preciosidade – especialmente porque é a única coisa decente do T-Rex no Brasil. Absurdo! Heresia! A banda de Marc Bolan é inacreditavelmente boa, um grande momento do glam-rock. Quem gosta de Bowie fase Ziggy tem de ter pelo menos uns três discos do T-Rex. Não tendo a grana, vai de antologia. Também saem agora umas coletâneas razoáveis de Diana Ross, Mission, Soul 2 Soul e Rolling Stones. Gente nova, mas não novíssima. Edmon faz aquele som carioca indefinível, funk-soul "ixperto" com swing. Mas é legal e é bacana, assim como Tony Platão, que era cantor do Hojerizah, de quem vi um pedaço de um show e que também está lançando um disco. Finalmente, moderninho e fãs de música negra se regozijarão ao saber do lançamento (afinal) do marco do jazz-rap e um dos grandes discos de 93 "Jazzmatazz". A boa notícia: sai simultaneamente com o novíssimo do produtor Guru, o cara por trás de "Jazzmatazz". Porque está saindo tanta coisa? Porque sim. E nenhuma explicação. Texto Anterior: Banda: Marillion Próximo Texto: Chega ao Brasil CD importado da banda americana Sweaty Nipples Índice |
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