São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 1994
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Telefone sem fio

Maurício Fruet, então deputado pelo PMDB do Paraná, pegou o telefone e ligou para Hélio Duque, seu colega de bancada. Imitando com perfeição a voz de Ulysses Guimarães, Fruet convidou Duque para um jantar na residência oficial do presidente da Câmara, naquele mesmo dia.
Duque desligou pasmo. Afinal, era um dos principais adversários de Ulysses dentro do PMDB. E a reunião daquela noite deveria ser apenas da "turma do poire", como eram conhecidos os ulyssistas, para discutir reservadamente articulações políticas.
Duque caminhou até o gabinete de Fruet:
– Maurício, não entendo mais nada. O Ulysses me convidou para jantar hoje.
– Ótimo! Também fui convidado. Vamos juntos –respondeu Fruet, sem pestanejar.
A noite, quando Duque chegou, a confusão foi total. Se o deputado não sabia o que estava fazendo ali, muito menos Ulysses imaginava por que Duque tinha aparecido. Ninguém passou recibo. A reunião foi até de madrugada sem que nenhum dos presentes falasse de política. Só amenidades.

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