São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994
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Fleury vai investir US$ 1,8 bilhão em obras

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo Fleury prepara um pacote de investimentos de US$ 1,8 bilhão para tentar concluir algumas obras e mostrar serviços durante este ano eleitoral. Os auxiliares do governador ainda apostam na possibilidade de uma candidatura à Presidência ou pelo menos numa maior influência do Palácio dos Bandeirantes na sucessão de Itamar Franco.
A ordem no governo é concentrar recursos em obras que possam ser inauguradas brevemente, como a rodovia Carvalho Pinto, que ligará Guararema a Taubaté (SP), e investir no programa de distribuição gratuita de leite, que deve receber um montante de US$ 90 milhões.
Para concluir as obras, Fleury vai iniciar negociações com as empreiteiras, a quem o governo já deve cerca de US$ 2,5 bilhões. Os construtores cobram uma redução da dívida. Caso isso não aconteça, dificilmente haverá empenho das empresas para continuar as obras, cujo ritmo é muito lento.
Somente para inaugurar a Carvalho Pinto, o governo terá que desembolsar cerca de US$ 400 milhões com o grupo de empreiteiras responsáveis pela obra –Andrade Gutierrez, CBPO, Camargo Correia, Queiroz Galvão, Encalso e Cowan.
O dinheiro para tocar o programa de Fleury deverá sair de um novo modelo para cobrar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e captações de recursos no mercado financeiro, por intermédio de vendas de títulos, como tem feito a Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
Em estudo da Secretaria da Fazenda, apresentado recentemente à Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), o governo estadual propõe a indexação do ICMS à inflação. Isso pode representar um acréscimo inicial de até 14% na cobrança do imposto –a entrada a mais de US$ 84 milhões por mês na arrecadação.
Os planos de investimento do governo foram traçados em recentes reuniões entre o irmão e secretário particular de Fleury, Frederico Pinto Coelho, o Lilico, e o secreetário de Planejamento, José Fernando Boucinhas. Ambos descartam que o programa tenha caráter eleitoral.

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