São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994 |
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Reunião da Faria Lima vira tumulto
LUIS HENRIQUE AMARAL
A maior polêmica foi causada pelos cerca de 200 manifestantes que foram apoiar a obra. Eles participavam de movimentos de moradia da periferia da capital e afirmavam que estavam apoiando a obra porque ela vai melhorar o trânsito na cidade. Entre dez manifestantes ouvidos pela Folha, nenhum morava na área da avenida. O grupo contrário à obra acusava a prefeitura de trocar apoio ao projeto por benfeitorias nos bairros. Um dos coordenadores do grupo, Edson Lage, disse que os quatro ônibus que transportaram os manifestantes da periferia foram pagos por movimentos de moradia. A prefeitura nega a acusação. Foram apresentados outros argumentos pelos defensores do projeto: "O pessoal que vai ter a casa demolida é rico. Quando eles vão escolher uma empregada eles sempre preferem as brancas, agora eles vão aprender a respeitar os pobres", disse a empregada doméstica Maria Helena Alves de Lima. Na reunião foi lido o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) da obra, que analisa as consequências que ela traz para o meio ambiente e para a população. A audiência é determinada por lei para obras que interfiram no meio ambiente. Seu caráter não é deliberativo. "O objetivo foi discutir e receber sugestões", diz Werner Zulauf, secretário do Verde e Meio Ambiente. O Rima será enviado para análise do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Se for aprovado, vai para a Câmara. O relatório é uma das exigências da lei que ainda não foi cumprida, travando o projeto na Comissão de Justiça. Agora, os vereadores governistas podem aprovar o projeto ainda em fevereiro.(Luis Henrique Amaral) Texto Anterior: Morrem 4 em Tatuí Próximo Texto: Paulo Maluf acelera obra Índice |
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