São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994 |
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Nova chacina mata cinco no RJ
SÉRGIO TORRES
Para o diretor da DDV (Divisão de Defesa da Vida) da Polícia Civil, Paulo Roberto da Silva, as três matanças revelam "um recrudescimento deste câncer que a polícia e o Estado vêm combatendo". O "câncer" a que o delegado se referiu é o extermínio de jovens pobres praticado por grupos organizados. O delegado esteve no local. A DDV é especializada em investigar matanças. A chacina de ontem se assemelha às duas que a antecederam esta semana –em Ilha de Guaratiba (zona oeste) e Mesquita (Baixada). Como as outras, os corpos estavam em um trecho deserto do bairro Venda Velha, periferia de São João de Meriti. Os rapazes vestiam bermudas, camisas de malha e macacão jeans. Moradores da área disseram que os cinco calçavam tênis novos, roubados mais tarde por curiosos que lotaram o local. O perito Alberto Rodrigues, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, disse que duas vítimas eram adolescentes. Os demais deveriam ter de 20 a 30 anos. Rodrigues concluiu que todos foram executadas no local. Eles estavam deitados com as costas para cima. Os tiros alvejaram cabeças e costas. Titular da delegacia da área (64ª DP), o delegado Almir Alonso disse acreditar que as vítimas não são da cidade. "Até agora não apareceu parente." Alonso afirmou que os jovens podem ter sido mortos por questões ligadas a drogas ou disputas entre gangues. O capitão Roberto Alves de Lima, do 21º BPM (Batalhão de Polícia Militar), disse suspeitar que os rapazes moravam no Jardim América (zona norte) ou na favela do Lixão, no município de Duque de Caxias. Texto Anterior: POLÍCIA Próximo Texto: Baixada teve 5 assassinatos por dia em 93 Índice |
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