São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994
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Baixada teve 5 assassinatos por dia em 93

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A quantidade de homicídios na Baixada já foi bem mais alta. Nos últimos três anos, a Polícia Civil conseguiu baixar os registros locais da violência. O ano de 1990 bateu o recorde em número notificado de homicídios, com 2.670 registros nas delegacias regionais.
A partir de 90, os assassinatos decresceram na Baixada, de acordo com os registros policiais. No ano seguinte, a Polícia Civil contabilizou 2.253 homicídios nas cidades que formam a Baixada (Nova Iguaçu, Nilópolis, São João de Meriti, Duque de Caxias e Belford Roxo). Em 92, houve 2.090 registros.
A queda no número de mortes intencionais é creditada pela polícia à adoção de um esquema de combate aos numerosos grupos de extermínio que agem na Baixada. A primeira medida foi criar uma central de denúncias, que recolhia informações anônimas sobre exterminadores.
A seguir, o diretor do DGPB, Paulo Souto, criou um serviço de distribuição de panfletos nas áreas de "desova" de corpos. O "panfleto do cadáver" incentivava a população a denunciar os matadores.
Cercos gigantes nas madrugadas passaram a ser realizados em conjunto pelas polícias Civil e Militar. As delegacias foram orientadas a conciliar ameaçados e ameaçadores. "O ameaçado de hoje é a vítima de manhã" era o lema da proteção ao ameaçado. O ameaçador era alertado em audiência que passaria a ser o responsável por tudo o que viesse a acontecer ao ameaçado.(ST)

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