São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994
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Taxas de juro do CDB oscilam com inflação

DA REDAÇÃO

As principais Bolsas de Valores do país andaram em sentido contrário ontem. Em São Paulo, o Índice Bovespa fechou em alta de 2,2%. No Rio de Janeiro, o I-Senn encerrou os negócios em baixa de 2,9%.
O sentido contrário das Bolsas, no entanto, não revela expectativas diferentes nos dois mercados. Pelo contrário, tanto em São Paulo como no Rio as atenções estavam voltadas para Brasília.
As votações das medidas provisórias do plano FHC e o início da revisão constitucional são o centro das atenções e da formação de expectativas. O comportamento diferenciado das Bolsas teve dois motivos, principalmente.
O primeiro deles foi o feriado em São Paulo anteontem, dia em que o I-Senn subiu mais de 4%, puxado por ações que têm peso maior na sua composição do que na composição da Bolsa paulista. Como Vale do Rio Doce, por exemplo. O segundo motivo é justamente a composição diferente dos dois índices.
No mercado de juros, as taxas dos CDBs oscilaram bastante ontem em virtude da divulgação pelo Ipead, de Belo Horizonte, da taxa de inflação da terceira quadrissemana de janeiro. A taxa ficou em 44,02%, superando as expectativas mais otimistas.
Na média do dia, os CDBs prefixados remuneraram os aplicadores com juros brutos de 47,15% por 30 dias. As taxas dos CDBs abriram em 10.130% ao ano. Chegaram a subir para 10.300%, ficando em 10.210% na média.
No mercado aberto, não houve surpresas. As operações mantiveram-se dentro da sinalização feita pelo Banco Central na segunda-feira passada. A taxa do over ficou em 54%.
Na BM&F, o ouro fechou em alta puxado pela valorização do metal em Nova York. No mercado paralelo de dólar, o deságio do "black" ficou em 3%. (Mario Rocha)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,646% no dia 24, projetando um rendimento para o mês de 39,34%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou em 53,99%, com rendimento diário de 1,80%, projetando juros de 42,76% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 53,98% e 54,02% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 44,6094%. CDBs prefixados negociados ontem: de 10.130% a 10.300% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 15,0% a 20,7% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (""hot money") contratados ontem: de 54,05% a 54,12% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 10.290% a 10.330% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 2,2%, fechando com 70.493 pontos e volume financeiro de CR$ 124,86 bilhões, contra CR$ 78,76 bilhões de segunda-feira. Rio: baixa de 2,9% (I-Senn), fechando com 27.643 pontos e volume financeiro de CR$ 23,44 bilhões, contra CR$ 139,708 bilhões do dia anterior (incluindo o leilão da PQU).
Bolsas no exterior
Londres: queda de 4,9 pontos, fechando a 2.641,4 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com alta de 489,85 pontos, fechando a 19.138,21 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 435,030 (compra) e CR$ 435,040 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 427,720 (compra) e CR$ 427,730 (venda). ""Black": CR$ 415,00 (compra) e CR$ 422,00 (venda). ""Black" cabo: CR$ 422,00 (compra) e CR$ 424,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 403,00 (compra) e CR$ 416,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,31%, fechando a CR$ 5.315,00 o grama na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
No exterior
Segundo a ""UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,4945. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,7485. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 110,24 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 384,50, contra US$ 381,40 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 43,25%, contra 41,64% no dia anterior.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 83.200 pontos, projetando uma lucratividade de 42,64% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para janeiro ficou em 41,11%, contra 41,08% na segunda-feira. Para fevereiro, ficou em 38,85%.

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