São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994
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Afrânio escala Zé Elias na lateral

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

No terceiro jogo como técnico do Corinthians, Afrânio Riul faz sua segunda experiência com Zé Elias. Hoje, às 20h40, contra o América em São José de Rio Preto, o jogador começa na lateral esquerda, encerrando sua carreira de meia-esquerda, iniciada há apenas duas semanas.
"O time rendeu mais com o Zé (Elias) na lateral e o Marques na frente. A tendência é o Elias sair", disse o técnico após o coletivo de ontem de manhã, que serviu para definir a equipe.
Zé Elias, 17, disse que gostou da alteração. "Prefiro jogar assim, vindo de trás com a bola. Na meia, eu a recebia de costas, era pior." No jogo contra a Portuguesa, enquanto ficou na meia, Zé Elias mostrou-se pouco à vontade. Quando conseguia dominar a bola e passar pelo adversário, sofria falta. Foram 11, ao todo, durante a partida.
Apesar disso, o jogador fez questão de dizer que não tem uma posição preferida. "O importante é continuar no time", disse. Afrânio tem dito que não tem ainda um titular definido para a posição, mas não esconde que espera ansioso que o lateral-esquerdo Daniel, contratado ao Inter, recupere sua forma. Outro em que Riul aposta é no lateral-direito Valdo, que, segundo o técnico, ainda está "preso". Enquanto Valdo não se destaca, Leandro Silva, que não tem jogado bem, vai continuar no time.
A melhor notícia para Riul chegou ontem pouco depois do meio-dia. O ponta-esquerda Adil, que voltou ao Corinthians depois de disputar o Brasileiro pelo Grêmio, renovou seu contrato e viajou no ônibus da equipe para São José do Rio Preto.
Nos treinos coletivos, Adil tem agradado a Riul. Costuma ser escalado no lugar do camisa 11 –Zé Elias ou Marques– e dado maior movimentação ao ataque. Riul já anunciou que deve fazer o jogador entrar no segundo tempo. Há até uma chance de Adil começar jogando. "Mas a chance é pequena", avalia o treinador.
A maior preocupação de Riul hoje é a dupla de ataque do América. "Conheço muito bem o time deles. Eles são muito fortes pela direita. O Cacaio é muito rápido." Por isso, ele deve manter Leandro Silva e Ezequiel um pouco mais fixos atrás e insistir mais nos ataques pela esquerda com Zé Elias, Viola e Marques.
Essa tática teria dado certo no treino se Marques e Zé Elias não tivessem tanta dificuldade para fazer cruzamentos altos da linha de fundo. Os gols acabaram surgindo de jogadas pelo meio do ataque ou de cruzamentos rasteiros para a pequena área.
Hoje, o carioca Marcelinho faz sua estréia em jogos no interior pelo Paulista. "No Brasileiro, já havia jogado contra o São José e o Bragantino", contou. Ele nunca teve que viajar tanto de ônibus para fazer uma partida no Campeonato Carioca. "São cinco horas até Rio Preto", disse surpreso. No coletivo, Marcelinho levou uma chute de Elias no tornozelo e ficou caído durante vários minutos. "Mas não foi nada, não. Já estou bom."
Já o centroavante Casagrande continua contundido. Ontem de manhã, ele nem foi ao clube. Faz em casa o tratamento para a lesão no tendão de um músculo da coxa direita. Deve ficar mais duas semanas afastado do time. Em seu lugar, continua Tupãzinho.

NA TV: Bandeirantes, ao vivo, 20h40

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