São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Ministério da Saúde não consegue isenção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde está desenvolvendo um projeto para ampliar a venda de preservativos no país sem aumentar seus custos. O governo pretende "popularizar" o uso da camisinha através da venda avulsa em postos alternativos. "A experiência internacional nos mostra que isso é possível. A idéia é fazer com que a camisinha seja encontrada em qualquer lugar, desde bares até banheiros públicos", disse Lair Guerra, coordenadora nacional do programa de prevenção à Aids.
Duas propostas de isenção dos impostos que incidem sobre os preservativos já foram encaminhadas ao Ministério da Fazenda. O governo ainda estuda a possibilidade de reduzir a taxação. Se aprovada, a medida pode baratear em até 70% o valor do preservativo no Brasil.
Um estudo do Ministério da Saúde comprova que a camisinha brasileira é a mais cara do mundo. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos, o preservativo custa US$ 0,05 (CR$ 22,00), no Brasil chega a valer 20 vezes mais, cerca de US$ 1 (CR$ 440,00). "Mas essa não é a grande causa da epidemia da Aids no país", afirmou Lair Guerra. Segundo ela, os grandes problemas a serem enfrentados ainda são o preconceito e a desinformação sobre a doença.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a proporção de homens e mulheres infectados com o vírus da Aids têm mostrado avanço da doença entre elas. Em 1985 havia 29 homens infectados para cada mulher com o vírus; em 1988 eram apenas 7, e em 93 para cada mulher infectada havia quatro homens soropositivos. Entre as mulheres infectadas, a relação sexual heterossexual foi a causa da contaminação em 49% dos casos. Uso de drogas e transfusão de sangue causaram respectivamente 30,5% e 10,5% das infecções, com 10,1% de casos não-definidos.

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