São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Camisinha feminina complementa a masculina

DA REPORTAGEM LOCAL

A Family Health patrocinou testes com o preservativo feminino, ainda não disponível no Brasil, e o tem defendido como uma opção a mais de proteção, que não chega a substituir a camisinha masculina, mas tende a ser útil em certas situações. "A mulher não precisa negociar seu uso com o parceiro", diz Maria Eugenia Lemos Fernandes, representante no Brasil da entidade.
Nesse sentido, o preservativo feminino pode ser ideal, por exemplo, para uma prostituta que recebe um cliente bêbado que não quer colocar camisinha. É uma arma contra o machismo. Uma pesquisa feita com prostitutas tailandesas revelou que três em cada cinco delas achava mais fácil usar a versão feminina do que pedir ao freguês que usasse o preservativo.
O problema com a versão feminina é o uso mais complicado. A sua eficácia tende a ser maior em populações mais instruídas. Pesquisas nos EUA revelaram uma taxa de ineficácia (no caso, gravidez) de 2,6%, enquanto que na República Dominicana o índice foi de 9,5%. São resultados semelhantes aos dos diafragmas. "É uma questão de educação, a pessoa precisa saber usar", diz o médico Ricardo Calderón, diretor regional da Family Health para a América Latina.
Pesquisa do grupo de estudos de políticas contra a Aids da Universidade de Harvard (EUA) prevê que cerca de 100 milhões de pessoas no mundo poderão se infectar com o vírus da Aids até o ano 2000.
O número corresponde a dois terços da população brasileira. O total de mortos pode chegar a 20 milhões. O número de doentes de Aids até a virada do século pode chegar a 24 milhões. Se todos fossem hospitalizados ao mesmo tempo, ocupariam todos os leitos de 50 países com rede hospitalar.

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