São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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LEIS

Lei que proíbe o comércio de armas no Rio é considerada ineficaz e ilegal por juristas.
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Cidade tem 4 'Joelmas' em potencial
30/01/94
Autor: JACQUELINE RODRIGUES CPAS . HEID
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Editoria: COTIDIANOPágina: 4-1
Edição: NacionalTamanho: G 369 palavrasJAN 30, 1994
Crédito Foto: Niels Andreas/Folha Imagem
Cidade tem 4 'Joelmas' em potencial
20 anos após o incêndio que matou 188 pessoas, 4 outros prédios põem em risco 8.000 pessoas
JACQUELINE RODRIGUES
Da Reportagem Local
Depois de 20 anos do incêndio no edifício Joelma, que matou 188 pessoas, São Paulo tem, segundo o Contru (Departamento de Controle do Uso do Solo), quatro edifícios com "risco iminente de incêndio". O Demoiselle, o Barata Ribeiro, ambos na Bela Vista, o São Vito, no parque D. Pedro, e o Andorinha, em Santa Efigênia. Como o Joelma, todos ficam na região central. Juntos, colocam em risco a vida de cerca de 8.000 pessoas. De acordo com o Contru, 70% dos prédios não atendem às normas de segurança.
Segundo o Contru, os condomínios não têm brigadas de incêndio (moradores treinados pelos bombeiros para utilizar os equipamentos de combate ao fogo), as instalações elétricas estão danificadas, há vazamentos, infiltrações e faltam extintores.
No Demoiselle (na rua Paim, com 1.200 moradores) a vistoria feita pela prefeitura em agosto de 93 apontou 30 irregularidades. O zelador José Lima diz que as reformas já começaram, mas estão devagar. "Apenas 40% dos moradores pagam condomínio." A reforma da parte elétrica da garagem, onde o esgoto se mistura à fiação, por exemplo, ele não sabe quando será feita.
Depois de uma interdição em 92, o Andorinhas (na rua dos Gusmões, com cerca de 900 moradores) voltou a ser fiscalizado em 93. As instalações elétricas precárias resultaram em nova intimação. A administração do prédio deu início às reformas. A mudança no quadro de luz, iniciada em setembro, está paralisada. Na semana passada, os elevadores foram interditados.
No São Vito (av. do Estado e 5.800 moradores), além dos extintores descarregados, da fiação exposta, alarme e iluminação de emergência que não funcionam, o prédio está com elevadores quebrados há um mês.
O Barata Ribeiro, na rua de mesmo nome, abriga 118 moradores. O local foi invadido. A Eletropaulo cortou a energia e os moradores fizeram ligações clandestinas. O prédio não tem equipamento de segurança.
"As administrações dos prédios não cumprem as intimações da prefeitura", diz Venturelli. Esses condomínios, segundo ele, devem ser desapropriados. "Atualmente, só estamos interditando prédios em casos de 'risco iminente caracterizado'. Se fossemos fechar todos os prédios com problemas de segurança seria o caos na cidade."

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