São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994 |
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Remédio para emagrecer pode viciar
RICARDO BONALUME NETO
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde estadual paulista costuma receber denúncias da comercialização desses coquetéis. Muitas vezes é difícil achar os culpados, pois as fórmulas são vendidas por telefone. A automedicação, muito popular no Brasil, contribui para engordar esse mercado de panacéias. Outra fonte de risco são algumas farmácias de manipulação, que exageram na dose dos compostos "emagrecedores". A Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, por exemplo, já cassou a autorização de farmácias em Goiânia e Salvador que vendiam drogas psicotrópicas como "produtos naturais" para emagrecer. Os médicos consideram os remédios para emagrecer como "auxiliares" no tratamento da obesidade, ao modificar o metabolismo. Dieta e exercícios são mais importantes. O uso de substâncias anoxeríginas ou anoréticas (que causam redução do apetite, ou anorexia) só é recomendável em casos determinados. Sem orientação médica, tomar remédio para emagrecer é uma espécie de roleta russa. A anfetamina, uma droga que estimula o sistema nervoso central, foi pioneira, já na década de 30, entre as substâncias usadas como anorexígenos, mas esses efeitos na psique fizeram-na ser substituída por derivados menos flagrantemente viciantes. Hoje é considerada uma droga abusiva. Mas mesmo os remédios mais modernos têm potencial de abuso. Texto Anterior: Jô, 100 kg, tenta a carreira de modelo Próximo Texto: Médicos têm culpa, diz autora Índice |
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