São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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Os brutos também pensam

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um bando de sujeitos rudes, de capacete e calça de lycra, uns armários e outros gazelas, todos atrás de uma bola que não é redonda e que se cumprimentam com tapas e cabeçadas. Essa é, muitas vezes, a imagem de quem assiste futebol americano no país do soccer (como eles chamam o futebol daqui). Bobagem de americano? Pode ser, mas vale a pena tentar entendê-la.
Uma definição mais precisa: um jogo de contrastes. Existem mais de uma centena de regras, mas que seguem princípios básicos. Um esporte em que num momento existe muita correria e noutro, nada –a não ser muita conversa para se decidir o que fazer. Onde cada atleta é tão específico que isso se reflete em seu próprio corpo: uns devem ser pesados e fortes (os armários), outros leves e rápidos (as gazelas). Onde a força bruta tem que ser utilizada com inteligência. E uma simbiose assim precisa de um líder: o quarterback.
Esse é o personagem principal do jogo, cultuado pela torcida e pela mídia. É aquele rapaz bonito, forte e inteligente que todas as garotas amam nos filmes de colégio, de onde a maior parte dos adultos norte-americanos gostaria de nunca ter saído. Um depoimento transmitido pela CNN durante a Guerra da Golfo, em 1991, dá uma noção de como o futebol é encarado nos EUA: um piloto de um caça norte-americano descreve a emoção de um dos ataques como "mais forte que uma partida de futebol".
E por ter raízes tão fundas na sociedade dos EUA, o futebol é uma das maiores atrações da TV daquele país. O Super Bowl, final máxima do esporte, coleciona recordes de audiência, traduzidos em milhares de dólares por segundo de comercial. Hoje o país pára, de olho na telinha.
A Folha publica nestas duas páginas um resumo das regras do futebol americano, as funções de cada jogador e as táticas mais usadas pelas equipes. Destaque e acompanhe o Super Bowl, à noite pela TV. (José Henrique Mariante)

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