São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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Bills desafiam maldição do Super Bowl

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Pela quarta vez consecutiva, um recorde na modalidade, o Buffalo Bills desembarca no grande Super Bowl, o cotejo decisivo do futebol americano. Os Bills, porém, lutam ao mesmo tempo contra dois adversários. Primeiro, os inimigos de hoje, o poderoso Dallas Cowboys. Depois, a crônica impossibilidade de vencer um combate crucial. Em 1991, os Bills perderam o Super Bowl para o New York Giants, 19 x 20, nos derradeiros segundos do jogo. Em 1992, sucumbiram ao Washington Redskins, 24 x 37. Em 1993, para os Cowboys, 17 x 52.
O prélio acontece no campo neutro do Georgia Dome de Atlanta, no sul dos EUA, um estádio coberto e climatizado, de gramado artificial, capacidade para 71.594 espectadores. A NFL, entidade que organiza o futebol americano, reservou 40% dos ingressos à cidade-sede do confronto. Os restantes 60%, na teoria, couberam às torcidas das equipes em batalha. A cada um dos jogadores dos dois times, a NFL forneceu quatro bilhetes. Na média, as entradas valem US$ 150. Todavia, os cambistas revenderão os acessos por cerca de quatro vezes mais.
A rede de televisão NBC, dona dos direitos de transmissão, enviará as imagens do jogo para mais de 50 países. Só nos EUA, perto de 100 milhões de pessoas presenciarão o Super Bowl. No mundo inteiro a audiência ficará em torno de 500 milhões. Um único comercial de 30 segundos, no intervalo da pugna, custará mais de US$ 800 mil. Aliás, os filmes de propaganda funcionarão como tempero para um show da cantora Madonna, a estrela do half-time. A Bandeirantes exibirá o prélio ao vivo, integralmente, aqui no Brasil, a partir das 21h, com direito a um programa de espera com explicações didáticas a respeito das regras e das táticas do futebol americano.
Na temporada regular, 28 agremiações, subdivididas em duas sub-ligas, a Conferência Nacional e a Conferência Americana, disputaram um torneio de qualificação que colocou 12 delas nos playoffs. No Super Bowl, os Cowboys defendem a tradição da Nacional. Os Bills representam as cores da Americana. Para chegarem à finalíssima, ambas as equipes, na temporada regular, ganharam 12 pugnas em 16. Então, nos playoffs, os Cowboys eliminaram o Green Bay Packers (27 x 17) e o San Francisco 49ers (38 x 21); os Bills abateram o Los Angeles Raiders (29 x 23) e o Kansas City Chiefs (30 x 13). No desafio geral das sub-ligas, a Nacional vence por 15 títulos a 12.
Nas primeiras versões do Super Bowl a Americana levou vantagem. Desde 1982, porém, arrebatou um só laurel, em 1984, quando o Los Angeles Raiders arrasou o Washington Redskins, 39 x 9. Depois, exclusivamente aconteceram sucessos de agremiações da Nacional –em quem os apostadores e os "bookmakers" dos EUA mais uma vez depositam os seus cacifes. Os Cowboys são os favoritos por dez pontos de diferença no placar. No comecinho da temporada regular, perderam um duelo para os Bills, 23 x 14.
Além de invadirem a história, os jogadores da equipe que abocanhar o Super Bowl enriquecerão as suas contas bancárias com a quantia de US$ 36 mil cada qual. Aos derrotados, US$ 18 mil.

NA TV
Bandeirantes, ao vivo, às 21h

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