São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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Fracasso pode custar emprego do treinador

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Três fracassos seguidos no Super Bowl não auxiliam a causa do Buffalo Bills em busca da reabilitação. Depois da derrota de 93, o dono do clube, Ralph Wilson, demitiu o general manager Bill Polian. Logo também saíram o coordenador defensivo Ted Marchibroda e o diretor de pessoal Johnny Ferguson, um antigo astro do time. Uma quarta tragédia poderá custar a cabeça do treinador Marv Levy.
Um homem discreto e contido, Levy comanda os seus jogadores de uma maneira bem diferente do seu rival de Dallas. Enquanto Jimmy Johnson distribui beijos e safanões, Levy se limita a uma liderança natural, intelectual.
Embora conceda muita liberdade de opinião ao seu supervisor de ataque, Tom Bresnahan, o mister define pessoalmente todas as suas táticas nas preleções de cada jogo. O seu quarterback Jim Kelly entra no gramado com o combate praticamente montado na cabeça.
A qualidade de Levy, ironicamente, é a sua invirtude. O grupo segue as direções indicadas pelo líder, não contesta o treinador –e por isso não sabe improvisar nos instantes em que a estratégia falha e o coração precisa dominar o raciocínio.
Ocorreu esse tipo de infortúnio com os Bills nas goleadas do Super Bowl de 92 e 93. San Francisco e Dallas dilapidaram Buffalo com a meticulosidade fria de um esfolador de animais.
Que chances têm os Bills de uma vitória hoje? Boa parte da sua fortuna está nas mãos de dois de seus superastros de defesa, o linebacker Bruce Smith e o lateral Nate Odornes.
No ataque, Jim Kelly depende em demasia da veneta do running back Thurman Thomas. (SL)

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