São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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Governo deve rever meta de emissão em 94

VIVALDO DE SOUSA
MÔNICA IZAGUIRRE

VIVALDO DE SOUSA; MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica do governo está convencida de que será obrigada a aumentar, ainda este ano, os limites de emissão de moeda previstos na medida provisória do real.
A equipe concluiu que, se não houver alteração, não será possível enfrentar dezembro sem desrespeitar os limites.
Os planos são anunciar a mudança até o final de outubro. A revisão dos limites seria feita por ocasião da reedição da MP, caso ela não tenha sido votada pelo Congresso, ou negociação de uma projeto de conversão com a comissão mista que analisa a medida.
O governo está preocupado com o limite de base monetária estabelecido para o trimestre outubro/dezembro –fixado em R$ 8,5 bilhões sem o adicional de 20% previsto.
A base monetária –o parâmetro mais usado para medir emissão de moeda– consiste na soma de papel moeda em poder do público mais reservas bancárias.
A principal preocupação é com o desempenho de dezembro. Esse é um mês em que tradicionalmente a demanda por moeda aumenta bastante, devido ao pagamento do décimo-terceiro salário e às festas. O consumo cresce.
Por isso, a equipe pretende ter o novo limite estacelecido no máximo até o começo de novembro.
A proposta em estudo prevê que o novo limite para o trimestre outubro-dezembro seria fixado em R$ 10,2 bilhões, sem o adicional de 20%.
Ainda não está definida a mudança no limite do trimestre janeiro a março de 1995, hoje em R$ 9,5 bilhões.
A avaliação da equipe econômica é de que as mudanças não prejudicam o Plano Real porque a emissão de moeda não será feita para cobrir déficit do Tesouro.
Apesar de já estarem sendo discutidas, as mudanças ficaram para outubro porque, até então, não havia pressa em fazê-las. Além disso, a equipe econômica espera o comportamento dos agentes econômicos após as eleições.

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