São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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Covas cai e SP pode ter segundo turno

DA REDAÇÃO

Erramos: 03/10/94

Este quadro omitiu os índices dos candidatos Eduardo Resstom (PSC), Brigadeiro Dutra (PRONA) e Ciro Moura (PRN) na pesquisa Datafolha divulgada ontem. Na simulação de urna, Resstom e Dutra aparecem com 1% cada um e Moura não foi citado. Na estimulada, cada um dos três candidatos aparece com 1% das intenções de voto.
A eleição para o governo de São Paulo pode ser uma das mais surpreendentes do país. Segundo pesquisa realizada anteontem pelo Datafolha, a disputa em São Paulo pode ser definida apenas no segundo turno.
O candidato tucano Mário Covas, que, na pesquisa anterior, feita nos dias 27 e 28 de setembro, tinha 46% das intenções de voto, caiu agora para 42%.
Seus adversários somam o mesmo porcentual, o que levaria a disputa para o segundo turno, em 15 de novembro.
Há entretanto 8% de eleitores indecisos, percentual que pode alterar substancialmente este quadro. É preciso também levar em conta a margem de erro, de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O candidato do PDT e ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi, com 16% das preferências do eleitorado, é o adversário de Covas com mais chances de disputar o segundo turno.
Rossi manteve os mesmos 16 pontos da pesquisa anterior. O candidato tucano já chegou a ter 59% das intenções de voto, a sua melhor marca, atingida em pesquisa realizada nos dias 9 e 10 de junho. Em quatro meses, caiu 18 pontos porcentuais. Nesse mesmo período, Rossi cresceu nove pontos.
"Nanicos"
Os chamados candidatos nanicos, que sequer apareciam nas primeiras pesquisas de intenção de voto, podem estar tirando pontos preciosos de Mário Covas.
Aparecem com 1% das intenções de voto os microcandidatos Eduardo Resstom (PSC), Brigadeiro Dutra (Prona) e Ciro Moura (PRN).
Numa eleição em dois turnos, quando um candidato tem uma vantagem evidente, como Covas, qualquer voto em um microcandidato torna mais difícil a situação do candidato majoritário.
Contribui também para o empate técnico entre Covas e a soma dos pontos de seus adversários um movimento para cima de um ponto porcentual nas candidaturas do peemedebista Barros Munhoz, que passou de 10% para 11%, e de José Dirceu (PT), que oscilou de 9% para 10%.
Voto útil
Temendo uma surpresa na eleição, já que todos os candidatos foram unânimes em atacar Mário Covas no horário eleitoral, o PSDB de São Paulo passou as duas últimas semanas fazendo mais do que uma discreta campanha pelo voto útil, sem, no entanto, opor Covas aos adversários.
Argumentavam os tucanos que seria melhor resolver a eleição já no primeiro turno.
Segundo turno
Em qualquer das simulações para o segundo turno, no entanto, Mário Covas ganha disparado de seus oponentes.
A situação mais confortável se dá contra José Dirceu: o tucano ficaria com 66% dos votos contra 20% de Dirceu. Contra Munhoz, Covas teria 5 pontos a menos. Munhoz ficaria com 23%.
O pedetista Rossi é quem lograria mais êxito contra Covas, embora muito distante: ficaria com 29% das intenções de voto, contra 57% do candidato tucano.
Capital
A capital continua a ser o forte de Covas, onde atinge o índice de 49%. O pior desempenho, com 34%, ocorre na região metropolitana, exatamente onde Rossi salta para 26%, 10 pontos porcentuais acima de sua média no Estado.

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