São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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Secretárias ganham poder de decisão

JOSÉ VICENTE BERNARDO
DA REPORTAGEM LOCAL

As secretárias comemoraram durante toda a semana o dia dedicado a sua profissão (30 de setembro) com a certeza de que o mercado está exigindo delas maiores responsabilidades e poder de decisão. Seu perfil ideal está cada vez mais próximo ao de um gerente.
Atingidas pelas crescentes ondas dos programas de reengenharia –que reformulam processos de trabalho– ou de downsizing –que reduzem níveis hierárquicos–, as secretárias que não querem "naufragar" se fortalecem em cursos e em um maior envolvimento com o negócio da empresa.
"Depois dessas reestruturações, há cada vez menos pessoas fazendo mais coisas", diz Elisabeth Martins Santos, 34, diretora técnica da Benatti & Associados, consultoria especializada no mercado de secretárias.
"Os gerentes têm metas mais ousadas, prazos mais curtos e maior exigência de qualidade. A secretária deve atuar como uma facilitadora dos processos", afirma Elisabeth.
"Hoje a secretária conhece a filosofia, a cultura e o clima da organização. Não trabalha só para o executivo, mas para a empresa", analisa Leida Borba de Moraes, 43, presidente da Federação Nacional das Secretárias.
Para chegar a esse perfil, a profissional deve, além de participar de seminários e cursos –principalmente de informática–, aprimorar os conhecimentos de idiomas e sua cultura geral (veja alguns cursos no quadro abaixo).
A maior qualificação exigida para o cargo tem, em geral, a contrapartida nos salários.
Segundo pesquisa do Datafolha para a "Bolsa de Salários", o salário de uma secretária de presidência chega a R$ 3.080,00 mensais, mesmo valor obtido por pesquisa da Benatti para uma secretária de presidência trilíngue.
Segundo o Sinsesp (Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo), a média dos salários de profissionais que homologaram o contrato de trabalho em agosto foi de R$ 545,25.

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