São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Mulher de detetive morto no Rio protesta contra governo do Estado

DA SUCURSAL DO RIO

O enterro do detetive Marco Aurélio Alonso, 33, morto domingo durante um tiroteio em Ipanema (zona sul do Rio), foi marcado pelos gritos de protesto de sua mulher, Márcia Figueiredo Alonso, contra o governador Nilo Batista.
Márcia, 32, culpou o governador e também o candidato do PDT à presidência Leonel Brizola, ex-governador do Rio, pela morte de seu marido e pela insegurança das ruas da cidade.
Alonso foi morto ao participar de troca de tiros com ladrões que haviam roubado um carro em Copacabana (zona sul).
O carro foi roubado a 30 metros do prédio em que estava o candidato Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que visitava um parente.
Ao contrário do que havia sido anunciado, não houve nenhuma manifestação por parte dos policiais presentes ao enterro de Marco Aurélio, ontem às 15h no Cemitério Fonte da Saudade (zona norte).
No dia anterior, policiais civis revoltados com a morte do colega haviam usado a faixa exclusiva do sistema de rádio da Polícia Civil durante 50 minutos para ameaçar de morte o governador e convocar uma manifestação na porta da casa de Leonel Brizola.
Batista classificou o uso do rádio da polícia e as ameaças como ``aproveitamento político de policiais de direita a serviço de candidatos da direita".
Ele disse que as punições a serem adotadas, caso haja insistência nesse tipo de manifestação, estão a cargo do secretário de Polícia Civil, delegado Mário Covas.
O governador lamentou que ``na troca de tiros com assaltantes, um policial tenha morrido em serviço", mas lembrou que o fato comprovou a eficácia do policiamento mantido na zona sul do Rio.
Para o diretor da Divisão Geral de Polícia Especializada, Luiz Mariano, as ameaças ao governador partiram ou de ``maus policiais" ou de pessoas com motivação política que se aproveitaram da fragilidade do sistema de rádio.

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