São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Votação é tranquila com tumultos isolados

DA REPORTAGEM LOCAL, DA AGÊNCIA FOLHA E DA SUCURSAL DO RIO

As eleições transcorreram em clima tranquilo na maioria dos postos de votação do país. O eleitor não enfrentou muitas filas e quase não houve boca-de-urna.
Em São Paulo, a espera para votar não foi muito grande. A exceção ocorreu em Parelheiros (zona sul) e em São Miguel Paulista (zona leste), onde foram registradas grandes filas.
Em São Miguel Paulista, a espera para votar no Colégio Manoel da Nóbrega chegou a duas horas no período da manhã. O caldeireiro José Carlos Inácio, 38, chegou às 8h e duas horas depois ainda esperava na fila.
Em Parelheiros, as filas eram grandes antes da abertura do início da eleição, às 8h, nos postos de votação. O tempo máximo de espera era de 15 minutos.
Em frente ao colégio Rio Branco, o clima de indiferença foi quebrado pelo deputado Fábio Feldmann (PSDB). Seus correligionários chegaram ao local segurando uma baleia inflável.
Na maioria das agências dos Correios das zonas norte e oeste, o movimento foi tranquilo. O único problema registrado era a morosidade causada pela dificuldade de eleitores analfabetos em preencher o formulário.
A PM prendeu 31 pessoas por distribuição de material de propaganda eleitoral, desacato à autoridade e por desrespeito à proibição de consumo de bebidas alcóolicas.
O último balanço da PM, divulgado às 17h, totalizou 389 ocorrências relacionadas com a eleição. A zona leste foi campeã de tumultos, com 145 registros.
No Rio, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) informou que até as 16h a polícia havia detido 69 pessoas, acusadas de praticar a boca-de-urna nos municípios do Rio, Niterói, São Gonçalo e Nova Iguaçu.
Apenas 27 detidos foram indiciados por desrespeito às leis eleitorais.
No Mato Grosso, a juíza da 49ª Zona Eleitoral de Várzea Grande (MT), Maria Erotides Kneip Macedo, determinou a prisão de 26 cabos eleitorais que estavam fazendo boca-de-urna no bairro Cristo Rei.
A maioria dos eleitores de Salvador (BA) votou pela manhã para aproveitar o feriado na praia. Nas principais zonas eleitorais houve grandes filas até as 12h.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, não houve tumultos.
Os proprietários de bares e barraqueiros desrespeitaram a lei seca e venderam cervejas e outras bebidas alcoólicas.
Em Boa Vista (RR), a maior fila ontem pela manhã se formou em frente à agência central dos Correios.
Cerca de 70% dos habitantes de Roraima são naturais de outros Estados. Muitos ainda não transferiram o título.
Cerca de 300 pessoas aguardavam na fila ontem pela manhã para justificar a ausência do domicílio eleitoral.
O carioca Rafael Feliciano, 26, sargento da Aeronáutica, era uma delas. ``Estou aqui há quatro anos, mas ainda não transferi o título."
A ausência de grandes filas nos locais de votação em Recife (PE) surpreendeu o TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Às 17h, quando o processo de votação foi encerrado, em 50% das cidades do Estado não havia filas, informou o tribunal.
Em João Pessoa (PB), três cabos eleitorais foram presos fazendo boca-de-urna.
Um deles tentou entrar no local de votação com uma bandeira do PT e foi barrado pela polícia.
Na cidade de Sousa (420 km a oeste de João Pessoa), o juiz José Normando Fernandes mandou prender um eleitor que distribuía material de propaganda do PMDB.
Em Maceió (AL), alguns eleitores desrespeitaram a lei seca.

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