São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Diretor do FMI cumprimenta FHC

GABRIELA WOLTHERS
EM SÃO PAULO

O tucano Fernando Henrique Cardoso já viveu ontem de manhã, antes mesmo de votar em São Paulo, seu primeiro diz de presidentea.
O presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle, também ligou.
Todos eles o cumprimentavam pela eleição.
Agenda
O tucano já definiu seus primeiros passos como presidente eleito: a elaboração de uma pauta mínima que inclui revisão constitucional, reforma administrativa e a garantia de representação do governo no futuro Congresso.
FHC já marcou para amanhã, às 17h, em Brasília, uma entrevista com jornalistas. Confiante na vitória, também pretende se reunir no mesmo dia com as cúpulas do PSDB, PFL e PTB para discutir o governo de transição.
Em seu apartamento de São Paulo, o presidenciável afirmou que não vai definir nomes para seu ministério pelo menos até o fim de outubro. ``Não vou tratar de ministério até porque seria um desrespeito ao governo Itamar", disse FHC a amigos.
A casa resultado que recebia sobre levantamentos de boca-de-urna feitos pelo comando da campanha, FHC dizia, emocionado: ``Estamos chegando lá". Ele chegou a lembrar que, há dois anos, pensou em se candidatar a deputado federal por medo de não conseguir se eleger novamente senador por São Paulo.
Apesar de ter viajado ontem só com familiares, FHC mantém contato permanente com os dados sobre a eleição. Em sua bagagem, ele levou um pequeno computador que está conectado diretamente com o comitê central em Brasília.
Com isso, FHC vai receber em primeira-mão todos os dados da apuração paralela das urnas, além dos dados oficiais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No fim de semana, a principal preocupação da cúpula tucana era com o Sul do país, onde o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, estava crescendo, e com os Estados do Piauí, Bahia e Sergipe, onde a vantagem de FHC estava aquém do esperado.
Em conjunto com o vice de FHC, senador Marco Maciel (PFL-PE), os tucanos acionaram as principais lideranças destes Estados para intensificar a campanha. ``Coloca a campanha nas ruas." Este era o recado de Sérgio Motta a todos os interlocutores.
O secretário-geral votou em São Paulo pela manhã e, no início da tarde, viajou para Brasília a fim de comandar o processo de apuração do comitê –70 computadores já estão instalados para receber os resultados das urnas.
São Paulo
A provável ocorrência de segundo turno em São Paulo preocupa a cúpula da campanha de FHC.
Caso seja confirmada a eleição de FHC, o comando de sua campanha considera que o presidenciável não deve se envolver diretamente com as disputas estaduais no segundo turno.
Eles avaliam que FHC pode sofrer um desgaste mesmo antes de assumir a Presidência caso um dos candidatos apoiado explicitamente por ele saia derrotado.
A estratégia é fazer com que FHC mostre ao eleitorado a preferência por seus candidatos, mas impedir que ele faça campanha.
A eventual disputa entre Mário Covas (PSDB) e Francisco Rossi (PDT), em São Paulo, no entanto, pode forçar uma mudança de rumo, tornando inevitável a participação direta de FHC.

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