São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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'Não sou o anti-Lula', diz FHC

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique Cardoso voltou a propor ontem um ``diálogo permanente" entre o novo governo e as forças políticas do país, entre elas o PT, e disse que não pode ser caracterizado como o anti-Lula.
``Nunca assumi a posição de anti-Lula porque não sou o anti-Lula", disse FHC. ``Sou Fernando Henrique, e o Lula é o Lula", afirmou, às 11h20 de ontem, ao sair de casa para votar.
FHC defendeu o diálogo caso seja mesmo eleito com ``todas as forças políticas" do Brasil.
Calça azul e camisa creme de mangas compridas, FHC votou no Colégio Alberto Levy, na avenida Indianópolis, zona sul da de São Paulo. Depois, pegou um avião e viajou para descansar no interior paulista.
O jatinho de FHC decolou às 13h05 do hangar da Líder, no Aeroporto de Congonhas. Menos de meia hora depois, aterrissou na fazenda Morro Vermelho, da empreiteira Camargo Corrêa, em Jaú (312 km a noroeste de São Paulo).
A partir daí, o paradeiro de FHC é ignorado. Amigos e assessores informaram que ele usou a pista de pouso da fazenda da Camargo Corrêa por ser uma das mais seguras da região.
Segundo eles, o tucano está em uma fazenda de um amigo na região de Bauru (345 km a noroeste de São Paulo). Deve estar em Brasília amanhã.
Antes de sair para votar, FHC fez questão de destacar a diferença entre esta eleição e a de 1989, quando Lula disputou com Collor.
``Na última eleição, as pessoas saíram radicalizadas. Agora, não", afirmou o tucano. ``Nós temos que acabar com esse maniqueísmo do bem e do mal. O povo já entendeu isso", declarou.
A saída de FHC para votar foi tumultuada. Muitas pessoas aguardavam desde cedo sua saída, diante de seu prédio, na rua Maranhão, em Higienópolis, região central de São Paulo.
FHC deixou o prédio às 11h35, cercado de grande aparato de segurança. Vinte minutos depois, chegou ao colégio em que ia votar. Muitos eleitores o aguardavam nos corredores da escola.
Depois de preencher a cédula de presidente, FHC posou várias vezes para os fotógrafos.
Os seguranças de FHC aproveitaram a confusão para driblar a imprensa e fazer com que o candidato escapasse por um portão lateral. Um carro levou o candidato para o aeroporto.
Enquanto esperava por sua mulher, Ruth, FHC conversou reservadamente com Francisco Graziano, um de seus assessores. Ruth chegou acompanhada de dois netos e da filha, Beatriz.
Paulo, o filho mais velho do candidato, já estava com ele no aeroporto. FHC embarcou acompanhado de seus familiares e de dois seguranças.

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