São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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TRE espera abstenção recorde de 30%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O índice de abstenções deve ser recorde no Distrito Federal. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Natanael Fernandes, chegou a prever um índice entre 40% e 50%. No início da noite, baixou a avaliação para 30%.
O presidente do TRE baseia sua estimativa na rapidez das eleições deste ano, que só seria explicável por um número muito grande de faltosos. Às 17h, a maior parte das seções eleitorais do DF já havia encerrado suas atividades.
Nas eleições de 1989 –mais simples, com uma única cédula–, a votação se estendeu até as 19h e a abstenção foi de 8,74%. ``Esta era mais complicada. A expectativa era de que terminasse por volta das 21h", afirmou Fernandes.
A candidata Maria de Lourdes Abadia (PSDB), terceira colocada nas pesquisas e fora do segundo turno, falou em novas eleições.
``Se o índice ficar em 40%, o processo fica comprometido e devem ser convocadas novas eleições", afirmou. Por lei, a anulação da eleição é possível se a abstenção atingir 50%.
Os líderes nas pesquisas, Valmir Campelo (PTB) e Cristovam Buarque (PT), disseram não acreditar em um índice tão elevado.
``Acredito que o número fique entre 20% e 25%. Com muitas abstenções, a tendência é prejudicar o candidato que está na frente", disse Campelo. Buarque se mostrou surpreso. ``Não acredito nesse índice tão alto. Vamos esperar os resultados oficiais."
Durante todo o dia de ontem, o TRE recebeu diversas denúncias de tumultos e propaganda de rua (boca de urna) nas cidades-satélites e no Plano Piloto. A maioria, porém, não foi confirmada pela comissão de segurança do TRE.
No fim da tarde, o tribunal reuniu-se para julgar liminares contra o candidato Osório Adriano, contra a rádio FM Radiatividade e uma denúncia de cédulas falsas.
Nos postos de votação da UnB (Universidade de Brasília) e do Ceub (Centro de Ensino Unificado de Brasília) houve suspeitas de fraude. No Ceub, eleitores depositaram duas cédulas na urna –a oficial e outra falsa. Segundo o TRE, as falsas serão anuladas na apuração, sem impugnar a urna.
Na UnB, 187 pessoas votaram em cédulas que estavam impressas com erro. A linha para o voto de deputado federal era horizontal e para deputado distrital, vertical.
Para Fernandes, o erro de impressão deve ter acontecido na imprensa oficial. Ele acredita que elas serão consideradas válidas, porque não prejudicavam o voto nem favoreciam candidatos.

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