São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994 |
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Tensão e suspeitas marcam votação
GEORGE ALONSO
Tensão entre os partidos e suspeita de fraude marcaram a eleição no novíssimo Estado do Tocantins. Logo cedo começaram os problemas e a polícia teve de intervir em alguns locais, como Lageado (60 km ao norte de Palmas). Na capital, Palmas, pelo menos dez seções eleitorais receberam as urnas apenas às 11h, o que irritou o eleitorado em fila, castigado pelo calor de 36 graus. Milhares de títulos foram retidos porque o eleitor não tinha comprovante de moradia. Em 15 cidades do Estado há mais eleitores que habitantes. A eleitora Mariúsa Manoel, 39, que vota em Palmas, não votou duas vezes, mas se quisesse teria feito. O seu segundo título foi tirado após o divórcio, sem que o primeiro fosse cancelado. Em Lageado , a polícia chegou a interditar a entrada da casa da prefeita Glacimar Alves (PFL), surpreendida distribuindo panfletos e acusada de pagar R$ 5,00 por voto. A prefeita desapareceu e só retornou à sua casa depois que a fiscalização foi embora, às 14h. Em três seções no bairro de Taquaralto, o mais populoso, a votação só acabou às 20h30. Aconteceram outras irregularidades vistas pela reportagem da Folha. Entre elas: eleitores com dois títulos, eleitores que não conseguiam votar porque seus nomes não constavam das listas do TRE, transporte e alimentação ilegais de votantes, boca-de-urna livre, carros a serviço da Justiça Eleitoral repletos de adesivos e até acusação de compra de votos. No final da tarde, o candidato a governador José Wilson Siqueira Campos, 66, do PPR, favorito nas pesquisas, já se considerava eleito. "As denúncias são montagens do adversário desesperado, que tenta tumulturar", disse ele sobre João Cruz (PMDB). Texto Anterior: Dante lamenta por Brizola Próximo Texto: MS deve decidir no 1º turno Índice |
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