São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Apostem no Dallas

FÁBIO SORMANI

Ao contrário do futebol, onde apenas os clubes que têm cofres cheios dão as cartas, o basquete da NBA possui leis absolutamente democráticas que impedem com que uma equipe domine o esporte por um longo período de tempo. A exceção foi o Boston Celtics, que no início da NBA (1946/47) não tinha adversários, exatamente porque estas mesmas leis não tinham sido criadas.
Com a estipulação do teto salarial para as equipes –atualmente em US$ 15 milhões– e a fórmula de escolha dos jogadores universitários (cerimônia do ``draft"), quem está por cima hoje pode estar por baixo amanhã. Que o digam os Lakers de Los Angeles, o Detroit Piston, o Philadelphia 76ers e o próprio Boston.
Você não está entendendo?
Explico: daqui a poucos anos, quando falarmos em NBA, vamos citar Orlando Magic, Milwaukee Bucks, Charlotte Hornets, Golden State Warriors, Denver Nuggets, Minnesota Timberwolves e Dallas Mavericks. Equipes que no cenário atual da NBA vão de medíocres a medianas, mas que, com as tais leis democráticas da liga, estão se reforçando aos poucos.
Agora chega a notícia de que a NBA perdoou Roy Tarpley, ex-pivô do Dallas, que se envolveu com drogas e acabou banido da liga por três anos. A boa nova não poderia ter sido mais auspiciosa para o time do Texas.
Tarpley foi ``draftado" pelos Mavericks em 1986, junto à Universidade de Michigan. Foi o sétimo jogador a ser escolhido na primeira rodada. Disputou cinco temporadas pelo Dallas e a melhor delas foi a 87/88, quando foi eleito o melhor sexto homem da liga e tornou-se o primeiro reserva a estar entre os dez melhores reboteiros da NBA.
Em 87, se envolveu pela primeira vez com drogas. Recebeu tratamento e foi perdoado. Em 91, no entanto, foi apanhado pela segunda vez e acabou expulso da liga em 16 de outubro.
Tarpley jogou as três últimas temporadas no basquete da Grécia. Retorna à NBA com um contrato de três anos com o Dallas, onde irá receber US$ 2,2 milhões por temporada.
Com Tarpley de volta, mais Jamal Mashburn, Jim Jackson e o ``rookie" Jason Kidd, os Mavericks surgem como uma espécie de luz no fim do túnel. Devem em pouquíssimo tempo ascender ao topo do ranking dos melhores.
Se você, no futuro, tiver de apostar suas fichas em algum time, aposte no Dallas Mavericks.

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