São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Juiz quebra sigilo bancário de 34 policiais

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz-corregedor Francisco Galvão Bruno quebrou ontem o sigilo bancário de 34 policiais civis envolvidos nas denúncias de corrupção feitas pelo ex-informante da polícia José Gonzaga Moreira, o ``Zezinho do Ouro".
Zezinho do Ouro, 50, já envolveu 74 policiais em suas denúncias na sindicância da Corregedoria do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça de São Paulo).
Os policiais que tiveram o sigilo bancário quebrado são aqueles que foram identificados até a última quarta-feira. A medida não atinge os policiais citados depois dessa data e aqueles denunciados apenas por prenomes e por apelidos.
Entre os atingidos pela medida estão o ex-diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), delegado Carlos Alberto Costa e o ex-diretor da Divisão de Crimes Fazendários, delegado João Violin Belão.
Os dois negaram as acusações feitas por Zezinho do Ouro. Eles foram afastados há duas semanas por causa das denúncias.
O ex-informante da Polícia Civil acusa os policiais de envolvimento em corrupção, assassinato, extorsão, tráfico de drogas e desvio de mercadorias apreendidas.
Além do sigilo bancário, o juiz também quebrou o sigilo fiscal dos suspeitos. Eles terão seus patrimônios investigados no Estado.
Até o fim da semana, a Corregedoria do Dipo deverá decidir pela quebra ou não do sigilo bancário de outros policiais envolvidos.
Só então o juiz-corregedor mandará a sindicância da Justiça à Corregedoria da Polícia Civil.
O delegado José de Carmo Freire, que presidirá o inquérito sobre as denúncias de Zezinho do Ouro, deverá receber a sindicância completa na próxima segunda-feira.
Até o final da semana, Zezinho do Ouro deverá sair novamente com promotores e peritos para levá-los a locais onde policiais guardariam mercadorias roubadas.

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