São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Aliados de FHC já fazem pressão por cargos; tucanos tentam resistir

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os aliados de Fernando Henrique Cardoso, presidente virtualmente eleito, já pressionam o tucano por cargos no futuro governo. O comando da campanha de FHC tenta resistir.
O presidente do PTB, senador José Eduardo Andrade Vieira (PR), não esconde que pressionará para que seu partido e o Paraná tenham uma vaga no ministério.
``O Paraná sempre fez um ministro devido à sua importância política", disse ontem. ``Tradicionalmente, o da Agricultura".
O chamado Grupo de Juiz de Fora, formado por amigos do presidente Itamar Franco, também já faz lobby para que Marcello Siqueira, ex-presidente da Furnas Centrais Elétricas, seja indicado para as Minas e Energia.
O ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, um dos principais caciques do PFL, não foge à regra: ``Espero que a Bahia tenha lugar de destaque no governo", afirmou anteontem.
Até o candidato do PP ao governo de Minas Gerais, Hélio Costa, afirmou que vai reivindicar ``pelo menos" três ministérios. Segundo ele, as pastas poderão ser a de Minas e Energia, da Ação Social e outra ``com mais força política".
``O processo será conduzido exclusivamente pelo senador Fernando Henrique, e a escolha de nomes só será feita no fim do ano", rebateuontem o secretário-geral do PSDB, Sérgio Motta.
A Folha apurou que, em seu pronunciamento de amanhã, antes da entrevista coletiva na sala Martins Penna, do Teatro Nacional, FHC vai reforçar essa intenção.
Ele vai anunciar que só escolherá os ministros no fim do mandato do presidente Itamar Franco.
O secretário-geral reagiu com ironia aos primeiros pleitos de cargos. ``Desse jeito, vamos ter de ampliar o ministério para mais de 40 pastas".
Está decidido que o governo de transição de FHC não será instalado no chamado ``Bolo de Noiva" –anexo do Ministério das Relações Exteriores, que serviu como base em 1989 à equiPe de Collor.
``Aquilo foi um covil de ladrões", disse Motta.

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