São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Pefelista alerta FHC para conservadores

Magalhães acusa o próprio partido

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O virtual presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB-PFL-PTB), corre o risco de fazer um ``governo Sarney 2" caso submeta seu programa de governo aos partidos que o apóiam em razão do suposto conservadorismo dessas legendas.
A afirmação não parte de um adversário da aliança que elegeu FHC, mas do deputado federal Roberto Magalhães, do PFL de Pernambuco. Magalhães foi relator da CPI do Orçamento.
``As forças conservadoras vão ameaçá-lo", disse ontem Magalhães, referindo-se à necessidade de FHC ter maioria no Congresso para implementar seu plano de governo.
Segundo o deputado –que concorre à reeleição e deverá ser um dos mais votados em Pernambuco– o futuro presidente não conseguirá conter a ``ameaça conservadora" mesmo buscando aliados entre petistas e comunistas no Congresso.
``O PT não é partido de se aliar ao governo e vai se recusar a apoiar FHC", disse Magalhães.
A saída para FHC não reeditar o governo Sarney, afirmou Magalhães, seria atrair para a base de apoio parlamentar setores do PDT e PPS.
``Naturalmente que ele (FHC) não quer depender apenas do PFL e PPR", disse. ``Acho que apoio do PDT e PPS ele consegue, mas do PT e PC do B nunca".
O ex-relator da CPI do Orçamento disse que espera do governo tucano uma conciliação entre ``o trabalho pelo desenvolvimento e a distribuição da riqueza".
Ele não quis falar sobre a participação do PFL nos primeiros escalões.
``Sou um guerreiro solitário e não integro a cúpula partidária", disse, referindo-se a líderes pefelistas como Marco Maciel (PE) e Antônio Carlos Magalhães (BA).
``O meu partido é hermético e conservador", afirmou o deputado.
Magalhães disse também que espera de FHC uma postura de estadista, ``de pensar nas próximas gerações e não nas próximas eleições".

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