São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Bolsas caem e BC baixa a taxa de juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central interveio ontem no mercado financeiro e derrubou as taxas de juros.
O mercado esperava que a taxa/over de abertura ficasse entre 5,70% e 5,80% ao mês. O BC abriu os negócios ontem sinalizando taxa de 5,5% ao mês.
O leilão de BBCs saiu com taxa de juros de 5,614% ao mês. A taxa dos títulos esteve dentro do esperado pelo mercado.
A projeção de rentabilidade do mercado futuro de DI para outubro passou de 3,80% na última sexta-feira para 3,69% ontem.
O juro continua positivo, levando-se em consideração que o mercado trabalha com taxa inflacionária de 2% a 2,5% para este mês.
As Bolsas de Valores receberam com tranquilidade a vitória de Fernando Henrique, que já era esperada. Houve, ontem, também, um movimento de realização de lucros através de venda de ações, tendo como pano de fundo a queda no índice das Bolsas no exterior.
O anúncio de queda nos preços dos combustíveis provocou também baixa nos preços das ações da Petrobrás PN (6,5%).
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou ontem com grande baixa: 45,76 pontos, com queda de 1,2%. Motivo: temor de que o Fed (banco central americano) volte a elevar as taxas de juros para conter pressões inflacionárias.
O governo dos EUA informou ontem que o índice dos principais indicadores econômicos subiu 0,6% em agosto, a maior taxa dos últimos cinco meses, revelando forte tendência de crescimento.
Luis Largman, diretor do Banco Patente, entende que a vitória de Fernando Henrique deve diminuir o ``risco Brasil" sob a ótica dos investidores estrangeiros e fazer com que as Bolsas sejam boa opção de investimento a médio prazo.
O Banco Central voltou a comprar dólar ontem. O BC interveio quando a cotação do real atingiu US$ 0,844.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,132% no último dia 29. A taxa média do over foi de 5,53% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,57% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 2,9879% no dia 5. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 32% e 58% ao ano. Os papéis pós-fixados de 182 dias pagaram taxas entre 18% e 19% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,79% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 57% e 70% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,75%.
AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 53.351 pontos, com baixa de 2,7% e volume financeiro de R$ 308,900 milhões, contra R$ 523,98 milhões no dia anterior. Rio: queda de 2,6% (I-Senn), fechando com 22.377 pontos e volume financeiro de R$ 25,34 milhões, contra R$ 88,93 milhões no pregão anterior.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones na Bolsa de Nova York fechou com 3.801,13 pontos, contra 3.846,89 pontos no dia anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.325,80 pontos, contra 2.320,90 pontos no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.568,61, contra 19.650,03 pontos.
DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,847 (compra) e R$ 0,849 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado na última sexta-feira, na média, por R$ 0,851 (compra) e por R$ 0,853 (venda). ``Black": R$ 0,875 (compra) e R$ 0,880 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,865 (compra) e R$ 0,869 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,855 (compra) e R$ 0,890 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 1,36%, fechando a R$ 10,85 o grama na BM&F, movimentando 887 quilos, contra 1,61 tonelada no dia anterior.
No exterior
Segundo a agência ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5782. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5510 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,37 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 392,60.
FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro fechou a 3,69% ao mês e a 3,80% para novembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,868 para outubro, R$ 0,881 para novembro, R$ 0,895 para dezembro e R$ 0,909 para janeiro.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 54.700 pontos e de 59.000 pontos para dezembro.

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