São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Série de quadrinhos 'Marvels' chega ao país

GABRIEL BASTOS JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Como o ser humano normal reagiria aos super-heróis, se eles fizessem, de fato, parte de sua vida?
Esta é principal questão em ``Marvels", minissérie em quatro edições quinzenais que a editora Abril coloca nas bancas a partir de 14 de novembro.
O trabalho de Kurt Busiek (roteiro) e Alex Ross (arte), lançado nos EUA no início deste ano, foi um dos mais badalados dos últimos tempos.
Tudo impressiona: a sensibilidade do roteiro, a precisão fotográfica da arte e o projeto gráfico (a capa é um brinde à parte).
No Brasil, a série sairá exatamente igual à edição americana, o que torna seu preço de banca –R$ 4,90– uma pechincha (nos EUA o preço de capa era US$ 5,95).
Em ``Marvels", o personagem principal é o cidadão médio, que muitas vezes nem sabe o que os heróis estão fazendo.
É o que acontece, por exemplo, quando os Vingadores enfrentam Galactus (um alienígena que quer destruir a Terra) com a ajuda do Surfista Prateado.
Ou quando o Homem-Aranha não consegue evitar a morte de Gwen Stacy –sua namorada.
Em vez de um narrador de fora, como costuma acontecer nos gibis, temos o fotógrafo Phil Sheldon nos contando a história de seu ponto de vista.
``Marvels" (algo próximo de ``maravilhas" em português) é como Phil chama os super-heróis que fotografa no dia-a-dia de Nova York. É também o nome do livro que ele faz com suas fotos.
A posição de Phil é sempre observadora e crítica. Ele, mais do que ninguém, tenta compreender o que o mundo está se tornando.
Através dele, Busiek e Ross revêem os principais acontecimentos dos primeiros anos do universo Marvel (resultado de um grande trabalho de pesquisa).
Passar este sentimento de realidade é o grande mérito da arte de Alex Ross, toda baseada em referências fotográficas. ``Marvels" seria uma obra prima ainda que a história não fosse boa.
Leitura obrigatória para os fãs de gibi, a série deve impressionar também o público em geral.

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