São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Deputado suspeito de assassinato no México acusa outro político

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um deputado suspeito da morte do secretário-geral do partido do governo do México disse ontem que é inocente e acusou um ex-deputado do partido pelo crime.
Manuel Muñoz enviou mensagem ao gabinete do procurador-geral dizendo que Abraham Rubio Canales foi o mandante do assassinato de Francisco Ruiz Massieu. Os três eram membros do Partido Revolucionário Institucional.
Ruiz Massieu foi morto com um tiro na quarta-feira passada. O assassino foi preso e disse ter sido pago por Francisco Rodríguez, assessor de Mu¤oz.
Muñoz está sendo procurado. Há rumores de que a polícia já sabe de seu paradeiro mas está aguardando que o Congresso retire a imunidade parlamentar dele para efetuar a prisão.
Em sua carta, Muñoz diz que Rubio Canales agiu por vingança. Ele está cumprindo pena de 14 anos de prisão em Guerreros, seu Estado. Canales foi preso por fraude na época em que Ruiz Massieu era governador de Guerreros.
Muñoz diz que o crime também tem ligação com o narcotráfico. Canales é cunhado de um dos chefes do cartel do Golfo, a maior quadrilha de traficantes do México. O assassinato serviria para intimidar o irmão de Massieu, Mario, vice-procurador-geral encarregado das investigações sobre tráfico.
Jose Martin Ramirez Arauz, um das 11 pessoas presas até agora em conexão com o caso, disse que Muñoz foi o mandante do crime mas recebeu ordens superiores dentro do PRI, segundo a Procuradoria Geral. Massieu estaria contrariando interesses do grupo de Muñoz com a reforma que vinha realizando no partido.

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