São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994
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Ponto para o TSE

Entre os ganhadores da eleição realizada segunda-feira, é de justiça incluir o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em um pleito de dimensões ciclópicas, pelo número de eleitores e de candidatos envolvidos, o processo eleitoral desenvolveu-se com uma normalidade até supreendente.
Organizar um processo, qualquer que seja, que envolva mais de 94 milhões de atores (tal é o número de eleitores brasileiros) é uma proeza em qualquer circunstância. Mais ainda se se considerar que tais atores estão espalhados por um país de dimensões continentais como o Brasil.
As possibilidades de um desastre logístico eram enormes e uma delas chegou até a ser vaticinada pelo próprio tribunal, ao imaginar que as filas nos locais de votação poderiam prolongar-se noite adentro.
Não foi o que aconteceu. Votou-se com facilidade e rapidez, descontadas anormalidades pontuais, mesmo assim tão poucas que não chegaram nem mesmo a ganhar ênfase no noticiário.
É claro que ainda é cedo para analisar o processo em seu conjunto. Venceu-se a primeira parte, a relativa à votação. Está em andamento a fase dois, a de apuração, mas, até ontem, tampouco havia anormalidades de monta a lamentar. Se a lentidão é maior do que o desejado, o problema deve-se menos às autoridades eleitorais em si e mais à falta de investimentos na informatização do sistema.
Simulações feitas às vésperas do pleito demonstraram que a economia de tempo seria enorme se a eletrônica pudesse comandar todo o mecanismo de votação e, por extensão, de apuração. Mais ainda, um sistema eletrônico teria ainda o muito saudável efeito de dificultar muito a ocorrência de fraudes.
Dado que o conjunto do eleitorado brasileiro será convocado a votar a cada dois anos daqui por diante (alternando pleitos municipais e gerais), a modernização do sistema é um investimento inadiável.

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