São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994 |
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Betinho critica plano de FHC
LUIZ CAVERSAN
Em entrevista à Folha, Betinho afirmou que tem ``expectativas e preocupações" quanto aos métodos que o novo governo adotará para debelar a miséria. ``Tenho a expectativa, por exemplo, de que uma pessoa como o Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo e cientista político, não precise ser esclarecido quanto à importância das relações entre economia, política, desenvolvimento e miséria. Ele tem passado e experiência, conhece os temas e escreveu sobre eles. Mesmo que ele tivesse pedido para a gente esquecer o que ele escreveu, não esqueceríamos, porque isto é o que ele tem de mais positivo". Para Betinho, esta bagagem de Fernando Henrique gera outra expectativa, que é a de que ele possa ser o presidente que vá colocar o combate à miséria como prioridade absoluta de seu governo. Quanto a suas preocupações, Betinho destaca o fato de ter lido que o novo governo pretenderia adotar o modelo mexicano de combate à fome. ``No México, os governos municipais, estaduais e federal mais as comunidades tentam combater a miséria através de ação conjunta, dividindo responsabilidade sobre tarefas assistenciais. Isto é um fantástico equívoco. Este esquema existe no México para o PRI (Partido Revolucionário Institucional, que governa há mais de 60 anos) se manter no poder." Na opinião do Betinho é um erro buscar o exemplo mexicano, ``porque o Brasil produziu uma experiência diferente e muito melhor, que é a Ação da Cidadania". Betinho alerta que, se no México o governo gastou em um ano US$ 4 bilhões para a manutenção de 100 mil comitês, no Brasil, ``sem um real do governo estão mobilizadas 3 milhões de pessoas. E nunca houve qualquer denúncia de corrupção envolvendo a campanha da fome". Texto Anterior: Primeiro pronunciamento é hoje Próximo Texto: A eleição continua Índice |
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