São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994
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Vereadores criticam orçamento de Maluf

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Vários itens do projeto de orçamento municipal/95 entregue à Câmara na última sexta-feira já estão sofrendo críticas e oposição de vereadores.
Os principais alvos atacados no projeto são a margem pedida pela prefeitura para manobrar as dotações (15%) e a previsão supostamente superestimada de arrecadação municipal em 95.
A margem de manobra é a porcentagem do total do orçamento que o prefeito tem direito a movimentar dentro das verbas previstas para as secretarias municipais.
Por exemplo, ele pode tirar parte da verba da área de transportes –desde que não seja acima da margem– e transferi-la para a Secretaria de Obras.
A Secretaria Municipal de Finanças rebateu as críticas dos vereadores (leia texto abaixo).
O orçamento total previsto pela prefeitura para o ano que vem é de R$ 4,5 bilhões.
Desse total, a Secretaria de Finanças estima que R$ 3,2 bilhões virão de arrecadação própria e R$ 1,3 bilhão, de empréstimos.
Segundo a vereadora Aldaiza Sposatti (PT), a margem de manobra pedida, de 15%, ``é absurda".
``É evidente também que a estimativa de receita não corresponde à realidade do que será, de fato, arrecadado com impostos."
O vereador Marcos Cintra (PL), 49, embora ainda não tenha analisado o projeto de orçamento, também diz considerar a margem de 15% ``exagerada" para uma economia com previsão de inflação baixa (entre 2% e 5% ao mês).
Ex-secretário de Planejamento do prefeito Paulo Maluf (PPR), Cintra afirma que a aprovação pela Câmara dessa margem de manobra de 15% ``significa dar muita autonomia ao Executivo".
A margem aprovada pela Câmara para este ano foi de 10%.
Pela lei, o orçamento deve ser votado até o dia 30 de dezembro.
No projeto entregue à Câmara pelo secretário de Finanças, Celso Pitta, a Secretaria de Habitação seria a mais beneficiada em comparação ao orçamento atual.
O setor teria verba de R$ 176,7 milhões em 95 –cerca de 180% a mais do que a dotação deste ano.
A Secretaria Municipal de Obras, no entanto, teve sua dotação orçamentária reduzida: de R$ 93,9 milhões (este ano) para R$ 71,4 milhões no ano que vem.

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