São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994
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Coelho negocia "Rio Piedra"

JOSÉ GERALDO COUTO
DO ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Para Paulo Coelho, num futuro próximo todas as pessoas terão poder interior suficiente não apenas para fazer ventar como também para mudar o mundo. Pelo menos foi o que ele disse na entrevista coletiva que concedeu ontem de manhã, na Feira de Frankfurt.
O mago e escritor está na feira principalmente para divulgar seu novo livro, ``À Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei", que está sendo negociado com vários países, incluindo Japão (onde ``O Alquimista" sai em novembro) e China.
No momento mais divertido da entrevista, Coelho teve de responder a um jornalista alemão por que, tendo tanto poder interior, não pára de fumar. O escritor disse que ``ninguém pode vencer a morte, então devemos viver a vida da maneira que queremos".
Coelho respondeu as perguntas num inglês com forte sotaque, mas fluente. Entre os entrevistadores, um jornalista russo lamentou que os livros do autor, já publicados na Polônia, Hungria, Tcheco-Eslováquia e Finlândia, não tenham chegado ainda à Rússia.
Depois da entrevista, Paulo Coelho falou com exclusividade à Folha. Disse que, de fato, o mercado russo lhe interessa muito (``Acredito em meus livros, quero levá-los a toda parte"), embora o pagamento adiantado de direitos autorais seja irrisório naquele país (US$ 1.000), especialmente se comparado com o que editores americanos pagaram pelos direitos de ``Rio Piedra": nada menos que US$ 320 mil.
Coelho rejeitou o rótulo de ``esotérico", que lhe é impingido nos 40 países que já publicaram seus livros. ``As pessoas dão esse rótulo porque não sabem como definir um novo modo de ver o mundo e a vida".
À Folha, Coelho manifestou-se emocionado por estar na feira, mas disse que nunca imaginou que ser escritor desse tanto trabalho. No mês passado, ele interrompeu um programa de conferências na Bélgica (onde ``O Alquimista", segundo ele, está em primeiro lugar) porque estava esgotado.
Novos projetos, por enquanto, nem pensar. ``Até março do ano que vem, quando faço um giro pelos EUA, eu não quero fazer absolutamente nada."

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