São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994
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Autocrítica petista; Pós-eleitoral; Ombudsman

Autocrítica petista
``Matéria do caderno Supereleição (5/10) faz diversas afirmações improcedentes. O adiamento da reunião do Diretório Nacional do PT não foi uma tentativa de `abafar a explosão da crise'. A reunião foi adiada pelo simples fato de que as apurações estão transcorrendo lentamente e neste fim-de-semana ainda não teremos os resultados de todos os Estados. A partir desses resultados, o objetivo de nosso diretório é fazer um balanço franco, corajoso e fraternal dos nossos avanços –que não serão pequenos– e dos nossos erros, limites e dificuldades. É uma distorção injustificada dizer que os líderes do PT querem barrar os radicais, como afirma o título da matéria. Declarei ao repórter que pretendo viajar o país para fortalecer o partido nos Estados e ampliar nossa inserção social. Também disse que considero necessário dotar o PT de uma nova cultura política, onde inclusive a atual forma de organização das tendências possa vir a ser superada. Isso nada tem a ver com busca de culpados, como quer sugerir o repórter. Mesmo porque jamais encontrarão em mim qualquer disposição de procurar bodes expiatórios em nosso partido, onde as responsabilidades são assumidas solidária e coletivamente. Uma das lições que podemos tirar deste processo eleitoral é que o aprofundamento da democracia exige uma mudança de atitude da imprensa. Quem sabe após as eleições ela possa realizar uma auto-avaliação tão franca e corajosa como a que nós faremos."
Aloizio Mercadante, deputado federal e candidato a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva (São Paulo, SP)
Nota da Redação – A Folha mantém as informações publicadas.

Pós-eleitoral
``Parabéns pela excelente cobertura da campanha eleitoral e pela ampla oportunidade aberta a todas as correntes políticas para exporem suas idéias e seus programas. O espaço aberto ao colunista José Simão no caderno Eleição deu um toque extra no cenário dessa campanha. O fortalecimento do PSDB e do PT, se é um fato positivo na vida política brasileira, muito deve à Folha saber interpretar os anseios da mocidade e do povo brasileiro."
Raul Maselli (São Bernardo do Campo, SP)

``Embora não sendo filiado ao PT, venho lamentar e protestar contra a acintosa, aética e antijornalística manchete da Folha de 4/10, `FHC é o presidente', seguida de sua biografia e de um subtítulo sobre a pesquisa. Ao sucumbir a este sensacionalismo, privilegiando os interesses comerciais em detrimento de um conteúdo jornalístico crítico e, `ipso facto', desrespeitando a inteligência do leitor, a Folha macula definitivamente sua reputação."
Alexandre Heringer Lisboa (Belo Horizonte, MG)

``Parabéns à Folha pelo destaque que a edição de 4/10 deu a Fernando Henrique Cardoso, em seu caderno especial Governo FHC. Tal fato mostra que a Folha não é um jornal petista como dizem alguns de seus leitores."
Mário Negreiros dos Anjos (Niterói, RJ)

``Quero parabenizar o jornalista Gilberto Dimenstein pelo brilhante artigo publicado na última sexta-feira, intitulado `Por que Lula vence'. Apesar dos percalços, o país mudou muito de uns anos para cá, na caminhada pela consolidação da democracia."
José Luiz Paiva Fagundes (Pouso Alegre, MG)

" 'O Brasil precisa do PT.' 'Um PT renovado será fundamental.' 'Aloizio Mercadante é o maior vitorioso moral desse pleito.' Meros exemplos da retórica piegas e infantil que invadiu a imprensa no primeiro dia de uma era com contornos imperiais."
Paulo Roberto Saturnino Figueiredo (Belo Horizonte, MG)

``Fiquei realmente irado quando percebi diversos abusos da TV e de alguns jornais, que não pude identificar, durante a busca frenética da melhor imagem do momento do voto. Na TV Bandeirantes, por exemplo, foi possível ver com clareza o voto do candidato Francisco Rossi. O SBT filmou em `close' o voto do sr. Mário Covas, mostrado quase que em detalhes. A TV Globo, pelo menos, editou as imagens. Não faltaram, ainda, diversos fotógrafos fotografando de perto o ato de votar dos candidatos. Violar o sigilo do voto (ou tentar) é crime eleitoral."
Luiz Guilherme Gomes Primos (São Paulo, SP)

``Senhores eleitos, independente de vossos partidos, venho desejar-lhes um governo próspero e consciente; e, com essa consciência, peço-lhes atenção para a educação brasileira."
Kleber Cazzaro (Ponta Grossa, PR)

Ombudsman
``Escrevi ao jornal por três vezes, nas últimas semanas, e à ombudsman em duas oportunidades subsequentes. Não perdi meu tempo, como cheguei a imaginar. Na verdade, obtive a prova irrefutável da parcialidade do jornal e da falta de isenção da ombudsman, cuja não recondução ao cargo, como ocorrera com os anteriores, é por demais eloquente. Há alguns meses, Junia Nogueira de Sá ousara identificar `fernandohenriquismo' na cobertura do jornal. Recebeu truculenta resposta e calou-se. O recado estava dado: nesta eleição, a Folha não está para `brincadeiras'. Perdeu a razão de ser, a manutenção do tal cargo, exceto se para a manutenção de uma postura absurdamente cínica da Direção do jornal."
José Roberto Sapateiro (Londrina, PR)
Resposta da jornalista Junia Nogueira de Sá – O leitor relaciona inverdades para comprovar sua tese de que a Folha é parcial e a (então) ombudsman, pouco isenta. Não há registro de cartas suas entre os 7.036 casos de que tratei em um ano de mandato. Não me calei quando a Folha respondeu a uma coluna em que eu criticava o jornal, nem essa resposta da Folha foi ``truculenta". Se o leitor acha que ombudsman não tem razão de ser, sugiro a ele que arranje argumentação mais rica para defender essa idéia.

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